Líder do PS-M denuncia ao ‘pai’ do PRR o facto de na Madeira as verbas serem todas alocadas a investimento público e deixarem de fora as empresas e os setores produtivos.
O presidente do PS-Madeira esteve ontem reunido com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, para abordar diversos assuntos relacionados com a Região.
Aproveitando a presença na Madeira daquele que é considerado o ‘pai’ do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo do qual a Região vai receber um total de 561 milhões de euros (5% do total nacional), Sérgio Gonçalves criticou algumas das opções tomadas de forma errada pelo Governo Regional neste domínio.
Conforme fez notar ao responsável pela pasta da Economia do Governo nacional, o PS-M não se revê nas escolhas seguidas pelo Executivo regional do PSD/CDS, nomeadamente quanto ao facto de ter alocado a quase totalidade das verbas do PRR a investimento público, deixando de fora o tecido empresarial e os setores produtivos. Exemplos disso são as áreas da transição energética e digital, a última das quais terá uma dotação do PRR na ordem de 114 milhões de euros, mas inteiramente destinados à transição digital da Administração Pública.
Como adiantou, de fora dos apoios do PRR ficaram também os setores produtivos, tendo o Governo Regional, por exemplo, desperdiçado a oportunidade de renovar a frota pesqueira da Região. Erros que Sérgio Gonçalves espera que possam vir a ser corrigidos com recurso aos meios do próximo quadro comunitário de apoio.
Apesar das más opções do Governo Regional, o ministro da Economia aproveitou para destacar algumas das medidas do Governo da República com repercussão também na Região Autónoma da Madeira, apontando vários apoios nacionais aos quais as empresas madeirenses podem se candidatar, nomeadamente ao abrigo do programa das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial.
Aliás, conforme asseverou o líder do PS-Madeira, se não fossem os programas de apoio criados pelo Governo do PS na República, “as empresas madeirenses estariam completamente entregues à sua sorte, porque o Executivo regional do PSD/CDS decidiu chamar a si todos os meios financeiros disponíveis”.
A reunião serviu ainda para António Costa Silva colocar Sérgio Gonçalves a par de alguns dos projetos que o Governo da República está a desenvolver nas áreas da inovação, do Mar, do Registo de Navios, da segurança a bordo das embarcações e da vigilância costeira, os quais dizem igualmente respeito à Região.
Momento também para o líder dos socialistas madeirenses sensibilizar o titular da pasta da Economia para alguns dos principais dossiês que dizem respeito à Madeira e que dependem da República. “Enquanto presidente do Partido Socialista da Madeira, fiz questão de aproveitar a vinda do senhor ministro à Região para colocá-lo a par de algumas das reivindicações da população da Madeira e do Porto Santo”, referiu, enaltecendo a abertura revelada pelo governante.
Sérgio Gonçalves, que se fez acompanhar por Miguel Iglésias e Gonçalo Aguiar, respetivamente vice-presidente e o secretário-geral do PS-M, vincou que é através do diálogo construtivo que é possível chegar a consensos que permitam resolver os problemas e responder aos anseios das pessoas. “Contrariamente ao que fazem o Governo Regional e os partidos que o sustentam, que só alimentam guerrilhas estéreis e procuram constantemente inimigos externos onde eles não existem, o PS-Madeira, está verdadeiramente empenhado em encontrar soluções e entende que isso só é possível por via da discussão de ideias consequente e responsável”, disse.
Sérgio Gonçalves destacou o interesse manifestado por António Costa Silva em relação às temáticas relacionadas com a Região, da mesma forma que evidenciou o facto de o Orçamento do Estado para o próximo ano concretizar muitos dos compromissos assumidos pelo Governo da República em relação à Madeira, aos quais se juntam as alterações conseguidas pelos deputados do PS-M à Assembleia da República em sede de discussão na especialidade. “Isso é um exemplo da atenção e da preocupação que o Governo do PS tem em relação às autonomias regionais, neste caso particular, à Madeira”, sublinhou.