O deputado do Partido Socialista Madeira à Assembleia da República Carlos Pereira defendeu, hoje, a mobilização de todas as entidades e autoridades, bem como da sociedade em geral, para combater o flagelo da violência doméstica.
Em conferência de imprensa realizada na sede do partido, o parlamentar deu conta do facto de, no nosso país, só nos primeiros seis meses deste ano, já terem morrido mais mulheres por violência doméstica do que em todo o ano de 2021, o que é “muito grave” e exige que se faça muito mais.
Carlos Pereira fez notar que os dados conhecidos de violência doméstica na Região (não relacionados com mortes) são os piores do País, pelo que esta situação deve mobilizar os partidos, as autoridades regionais, as organizações não governamentais e a sociedade. Embora haja uma maior mediatização da violência sobre as mulheres, o socialista apontou igualmente a violência sobre as crianças – que é grave e tem de ser tida em consideração – e sobre os mais velhos – que tem crescido de forma significativa e muito preocupante nos últimos tempos.
“Este flagelo é algo que nos coloca num patamar de retrocesso civilizacional. Nós temos de ser capazes de lutar por melhor educação, melhor saúde, melhor economia, mas nada disto faz sentido se continuarmos a ter e a observar estatísticas desta natureza, que nos devem envergonhar a todos”, vincou o deputado madeirense em São Bento.
O socialista considerou também necessário que sejam criadas condições para que as mulheres possam denunciar os agressores, de modo a que “possam libertar-se desse ónus que torna a sua vida insuportável”.
“Perante as estatísticas, perante os factos e perante a circunstância de a Madeira já ter demonstrado, em algumas questões, que é capaz de fazer mais rápido e melhor, acho que esta é a altura de, nesta matéria, dar esse exemplo: fazermos muito mais para acabar com este flagelo que nos deve envergonhar a todos. O apelo que faço é que os partidos, as instituições e a sociedade em geral não virem os olhos a esta questão da violência doméstica e, de uma vez por todas, possamos juntar-nos e fazer um combate sem tréguas, para que nos próximos tempos possamos dizer que estamos muito melhor e que nenhuma mulher, nenhuma criança e nenhum idoso passa por situações tão graves como as que têm acontecido”, vincou Carlos Pereira.