Daniel Neto, médico psiquiatra que foi orador nos Estados Gerais do PS, defendeu a necessidade de criar espaços de internamento psiquiátrico no hospital, a par das casas de saúde mental.
O médico, reconhecido pela sua postura crítica e construtiva e uma voz ativa na defesa de melhores cuidados de saúde mental na Região, considerou que os doentes não devem pagar o seu internamento. Como referiu, os doentes com ADSE e outros subsistemas de saúde continuam a ter de pagar os seus internamentos, porque o acordo que foi feito entre a Secretaria Regional da Saúde e as casas de saúde não os inclui. “Temos pessoas que são internadas contra a sua vontade por motivos da sua doença grave e que têm de pagar o seu internamento”, criticou.
O clínico defendeu também a integração da psiquiatria nos centros de saúde, bem como a criação de equipas comunitárias de psiquiatria e a implementação de uma comunidade terapêutica na Região.
Ainda no tocante à saúde, o médico psiquiatra condenou as faltas graves de medicamentos que se verificam há muito tempo e focou o problema das listas de espera. Considerou, contudo, que é também preciso trabalhar na prevenção, mudando hábitos culturais e alimentares e adotando práticas saudáveis.
A um outro nível, e demarcando-se de qualquer ligação partidária, Daniel Neto denunciou a existência de opressão na Madeira, apontando que não se pode querer manter o poder à custa da opressão. “Temos de ser mais exigentes com as pessoas que nos governam, qualquer que seja o partido”, disse, acrescentando que “a única forma de as coisas mudarem é se o partido que governa mudar”.