InícioAtualidadeFalta de financiamento é principal causa do aumento das listas de espera

Falta de financiamento é principal causa do aumento das listas de espera

“Há falta de pessoal, em especial enfermeiros e assistentes operacionais, o que resulta da impossibilidade de contratar, que aconteceu durante quase dez anos”.

No resto do País, há um contrato-programa, na Madeira é quase “gestão corrente”, o que cria “vícios que devem ser evitados. Se preciso de algo, peço ao meu chefe e não sou ouvido. Além disso, é criado um vício “desgraçado: quanto mais se opera, mais se gasta”, dinheiro que não existe. “É o que tem acontecido nos últimos anos, por isso é que os doentes têm de ser acumulados nas listas de espera”.

Na área cirúrgica, disse que “há falta de enfermeiros e assistentes operacionais. São pessoas ou recém-formadas ou de outras áreas. Por isso, as entradas recentes ainda não trouxeram a melhoria desejada.

É preciso criar um programa sério de recuperação de cirurgias e, provavelmente, recorrer a privados, desde que não seja mais caro do que no público.

Há salas de ambulatório, “super bem equipadas”, que não são usadas porque não há vontade.

Miguel Silva diz que o futuro “está nas mãos dos políticos”, sublinhou que é necessário um programa sério sobre o financiamento. Um meio de estímulo e incentivo para os profissionais. Além disso é necessário encontrar as pessoas certas para os lugares certos.

É preciso novo hospital que dê condições a toda a população

Por seu turno, Gonçalo Jardim, enfermeiro do serviço de urgências abordou as dificuldades na gestão do dia-a-dia do enfermeiro hospitalar e aproveitou para lamentar por vezes o não reconhecimento por parte das instituições do potencial destes profissionais.

O orador considerou também que é preciso um novo hospital, capaz de garantir condições de qualidade para toda a população madeirense e visitantes.

Bruno Olim abordou a política do medicamento

Já Bruno Olim abordou a temática da política do medicamento. O farmacêutico afirmou que o medicamento tem de estar sempre no centro de qualquer decisão em política de saúde e apontou a necessidade de combater a iliteracia em Saúde. A questão dos medicamentos que são vendidos fora das farmácias e a prescrição eletrónica foram outros assuntos trazidos ao debate por este farmacêutico.

Madeira tem condições para ser uma referência na emergência pré-hospitalar

Ricardo Duarte, anestesista e especialista em cuidados intensivos foi um dos oradores desta tarde dos Estados Gerais do PS, tendo considerado que a emergência médica evoluiu imenso nos últimos 20 anos e afirmado que a Madeira não fica atrás de nenhum outro sítio do país a este nível.

Na sua ótica, a Madeira tem condições «espetaculares» para ser uma referência a nível da emergência pré-hospitalar e ser um laboratório experimental. Para isso, contribui o facto de sermos uma ilha, termos vários centros de saúde espalhados pela ilha e um hospital que tem todas as valências cirúrgicas, tudo sob a mesma tutela. «Não temos razões para que as coisas não funcionem muito bem aqui na Madeira», disse, considerando contudo que se queremos ter um sistema de emergência médica pré-hospitalar bem feito é para fazer emergência médica pré-hospitalar e não outras situações que não são urgentes.