Sérgio Gonçalves considerou, hoje, que a Madeira não se pode acomodar com os autoelogios e com os propalados recordes no Turismo, alertando que é necessário garantir condições de sustentabilidade para o setor, de modo a que o mesmo não esteja irremediavelmente dependente de fatores conjunturais.
O presidente do PS-Madeira, que esta tarde visitou a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde contactou com vários agentes do setor, descreveu que, em termos históricos, o turismo regional é marcado por períodos de crescimento muito curtos, aos quais se seguem períodos de recessão mais longos, com grandes impactos em todo o ‘trade’, razão pela qual urge implementar soluções para atingir um ponto de equilíbrio e a necessária sustentabilidade.
O líder socialista considerou que, apesar dos recordes nos números de turistas e nos proveitos da hotelaria, há muito por fazer, a começar pela necessária requalificação do produto turístico. “A Madeira e o Porto Santo têm caraterísticas próprias ímpares, através das quais se podem afirmar, mas é urgente apostar na requalificação do nosso produto turístico”, afirmou, explicando que isso não se resume apenas à renovação do parque hoteleiro e lamentando que o Governo Regional tenha perdido a oportunidade de o fazer aquando do período de pandemia.
Da mesma forma, Sérgio Gonçalves criticou a oportunidade que o Executivo deixou passar para apoiar as empresas, lembrando que o Governo canalizou a quase totalidade das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para o setor público, quando podia ter auxiliado os empresários do turismo, por exemplo, no campo da transição digital e energética.
O presidente do PS-M destacou o facto de o Turismo representar aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto da Madeira e de ter um impacto direto em quase 20% do emprego, sublinhando a importância de fazer refletir os apregoados recordes na melhoria das condições laborais dos trabalhadores do setor, tendo em conta que essa é uma das razões que estão na base da falta de mão de obra e da saída de muitas pessoas para a emigração, em busca de melhores oportunidades de trabalho.
“Não obstante as recentes notícias do aumento de 62 euros previsto para os trabalhadores da hotelaria, há muito mais caminho a percorrer no sentido de, inclusivamente, pôr fim a situações de precariedade que ainda se verificam”, frisou, lamentando que o Governo Regional continue a não ser capaz de promover uma verdadeira concertação social que crie justiça para estes profissionais.
A par disso, Sérgio Gonçalves não deixou também de apontar a importância de uma verdadeira aposta na formação, através da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo, fator que seria preponderante para a garantia de um melhor serviço prestado, mas também para a valorização profissional e salarial dos trabalhadores.