A deputada do PS-Madeira à Assembleia da República questionou, hoje, o primeiro-ministro, a propósito da revisão da Lei das Finanças Regionais e do Subsídio de Mobilidade, bem como a respeito do necessário reforço dos apoios à Universidade da Madeira (UMa).
Intervindo no debate do estado da Nação, Sofia Canha referiu-se aos “momentos conturbados” que se vivem na Madeira, ao facto de o PSD ter mergulhado a Região num clima de enorme instabilidade, bem como à postura do PS de apresentar propostas tendentes à melhoria das condições de vida dos madeirenses e dos porto-santenses.
A parlamentar eleita pelo círculo eleitoral da Madeira fez notar que o inconformismo com a realidade que se vive na Madeira “não se esgota na Região” e que “o País não fica bem, se as Regiões Autónomas não estiverem bem”. Porque a defesa de todos os madeirenses e porto-santenses também se faz na Assembleia da República e porque considera prioritária a revisão da Lei de Finanças Regionais e do modelo de subsídio social de mobilidade, Sofia Canha perguntou a Luís Montenegro se estas são igualmente prioridades do Governo da República. Como afirmou, quase 50 anos depois da conquista da Autonomia, a mesma tem de evoluir. “Esse é um desígnio do qual não abdicamos”, frisou.
Aproveitou ainda a oportunidade para confrontar o primeiro-ministro com a questão dos apoios à UMa, atendendo também ao facto de, no passado mês de maio, numa deslocação à Região, o ministro da Educação ter afirmado que a Universidade deve procurar outras fontes de financiamento.
Reportando-se à realidade regional, a socialista referiu que a Madeira tem “um Governo frágil, refém de jogos políticos” e que “vai usando alguns partidos para servir os seus interesses”.
Não deixou também de constatar que a relação de Montenegro com Miguel Albuquerque “já viveu melhores dias” e que os madeirenses e porto-santenses deixaram, há muito, de ser a prioridade dos sucessivos governos do PSD-M.
A prova disso é que, em resultado de 48 anos de “políticas erráticas dirigidas para os negócios de alguns”, a Madeira é a região com a maior taxa de pobreza do País, os madeirenses têm os salários médios mais baixos e os preços da habitação são os mais elevados a nível nacional. A isto, junta-se o facto de, nos últimos 10 anos, terem emigrado perto de 20 mil pessoas – grande parte delas jovens qualificados – e de a Madeira continuar a ter impostos mais altos do que os Açores, quando a Autonomia permite que a Região possa baixá-los em 30% em relação ao continente.
“Não nos conformamos com os indicadores que nos colocam nas piores posições nacionais. Não queremos ser uma Região rica cheia de pobres”, sublinhou Sofia Canha, destacando as propostas que o PS apresentou em sede de discussão do Orçamento Regional para aliviar os orçamentos das famílias e promover melhor qualidade de vida para todos os que vivem e trabalham na Madeira e no Porto Santo.