A Secretária de Estado considerou que a participação política das mulheres faz-se também pelo debate sobre o tema, frisando que “é com mais formação política das mulheres que a política se transforma. O poder das mulheres na política não é só poder. São experiências da vida pessoal e social que enriquece a política. A sociedade é feita de homens e mulheres e a representação política deve ser composta por ambos os géneros”, lamentando que na Assembleia Regional, as mulheres não cheguem a um quarto da representação. Desta feita, a atual Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade espera voltar à Madeira com uma Assembleia mais equilibrada do ponto de vista da representatividade das mulheres.
Por sua vez, a eurodeputada referiu que no Parlamento Europeu apenas um terço é composto por mulheres, o que significa que a questão da paridade está longe de ser conseguida, apontando que a própria Comissão Europeia apenas tem nove mulheres.
Liliana Rodrigues lembrou que 60% das mulheres europeias são formadas, porém não são estas que ocupam lugares de chefia. “Temos poucas mulheres nas áreas da tecnologia e engenharia porque ficou a ideia que as mulheres ficam com as áreas dos cuidados. Há que direccionar mais mulheres para a educação profissional e para aquelas áreas onde há um desequilíbrio muito grande”, defendeu a eurodeputada, mencionando a importância de realizar debates com esta temática.
Já Mafalda Gonçalves lembrou o facto de em Portugal, no pós 25 de Abril de 1974, se ter incorporado na Lei os Direitos das Mulheres à semelhança do que já acontecia em países como a França e a Inglaterra, sem que no país tivesse havido um histórico de lutas por esses direitos como nos países citados, levou a que fosse muito lenta a alteração de mentalidades e comportamentos. Ainda hoje se sente uma grande discrepância entre a letra da Lei e sua aplicabilidade.