Durante 42 anos, confrontados com essa pergunta no dia das eleições regionais, os madeirenses responderam sempre da mesma forma, escolhendo a Madeira do PPD/PSD. Nas próximos eleições regionais a pergunta repete-se: se é mesmo esta a Madeira que queremos, ou se queremos uma Madeira diferente, ainda que ultimamente se multipliquem aqueles que procuram alimentar a ficção de que onde as escolhas políticas mudaram está tudo na mesma, como se não bastasse recordar o Funchal que recebemos e o que hoje somos.
Sobre a Madeira e o Funchal que temos já aqui escrevi o que achava, mas aquilo que estamos interessados em saber é que Madeira querem os madeirenses. É isso que estamos empenhados em saber: que Madeira querem os madeirenses das Achadas ao Porto da Cruz? Que Madeira querem os madeirenses da Ponta do Pargo ao Caniçal e do Jardim da Serra ao Paúl do Mar? Foi esse o exercício a que nos propusemos e é o que continuaremos a fazer nos 11 concelhos da Região e nas suas 54 freguesias, garantindo que a partir de 2019 ninguém fica para trás.
Por estes dias andamos todos a discutir os números dos Orçamentos de Estado, da Região e dos Municípios, que, sabemos bem, quase sempre pouco dizem a quem nos ouve – mas se os discutimos é porque atrás deles estão o país, a Madeira e os concelhos que queremos construir. Atrás das 35 propostas que apresentámos para o Orçamento Regional, está a construção de uma Região que faça a diferença na vida de toda a gente.
E que Autonomia queremos, afinal? Uma Autonomia real, de quem decide e assume as consequências dessas decisões, ou a Autonomia de quem nada resolve e se limita a gritar contra quem o faz? A de quem trabalha para a aprofundar, ou a de quem grita para se desresponsabilizar?
E que Educação queremos? A que recusa aplicar medidas como a dos manuais escolares gratuitos ou a que aposta efectivamente nas nossas crianças e transmite um sinal determinante às famílias madeirenses sobre a importância da Educação? A que encerra escolas com mérito ou a que as promove? Queremos a Madeira que investe sucessivamente no betão, ou a que escolhe a via da Educação?
É certo que os madeirenses também poderão escolher em 2019 que país querem, nas eleições para a Assembleia e Governo da República, e terão também aí uma oportunidade de demonstrar aquilo com que concordam e aquilo com que discordam – mas, antes disso, por mais voltas que o PPD/PSD queira dar, escolherão que Madeira querem e que Presidente querem. A essa pergunta existem duas respostas apenas: Miguel Albuquerque ou Paulo Cafôfo. A escolha será entre dois candidatos e dois projectos, entro o que sempre fomos, ou aquilo que queremos ser.
Há quem julgue que a Madeira está a avançar, mas a minha opinião, que em 2019 valerá um voto como a de todos os outros, é que está empatada no tempo – e perante isso as únicas pessoas que podem desempatá-la são os madeirenses. Teremos de escolher todos: homens e mulheres; jovens e menos jovens; os que costumam votar e os que nunca votaram – mas, até lá e depois disso, o desafio que temos em mãos é demasiado grande para o deixarmos em mãos alheias, ou sequer apenas nas nossas. A participação de todos e as propostas de cada um serão determinantes para construirmos a Madeira que queremos. Ouvi-las é o que temos feito e é isso que continuaremos a fazer até Setembro de 2019.
Por João Pedro Vieira, Secretário-Geral do PS-Madeira, publicado no Diário de Notícias da Madeira, no dia 15 de novembro.