Sérgio Gonçalves acusou, hoje, Miguel Albuquerque de usar a Madeira para se servir a si próprio e ao PSD, ao invés de servir todos os madeirenses, apelando ao voto no Partido Socialista para concretizar a mudança na Região e pôr fim a este Governo Regional sem soluções e que ataca a democracia.
Perante os vários milhares de pessoas que acorreram à Madalena do Mar para participar na festa de verão do PS-Madeira, o líder socialista enumerou os principais problemas que afetam os madeirenses, como as dificuldades no acesso à saúde e à habitação, os baixos rendimentos e a falta de medidas de apoio para fazer face ao elevado custo de vida, adiantando que os responsáveis por esta realidade são o PSD e o Governo Regional que dura há quase 50 anos. Como referiu, estamos perante “um poder esgotado e sem soluções para responder aos problemas dos madeirenses” e perante um governo que “ataca diariamente a democracia quando desrespeita e destrata as oposições, em particular o PS, porque sabe que o PS é a única alternativa para governar a Região Autónoma da Madeira e fazer melhor do que aquilo que eles têm feito”. Um Executivo que, prosseguiu, ataca também a democracia quando o presidente do Governo – Miguel Albuquerque – foge dos debates, foge da discussão de soluções de propostas para os problemas da Madeira e dos madeirenses, porque “não tem competência, não tem capacidade para fazer diferente e para governar melhor”.
Criticando o esbanjamento de 33 milhões de euros por ano em tachos de nomeação partidária para o CDS e para o PSD, bem como de centenas de milhões de euros em obras inúteis e desnecessárias, Sérgio Gonçalves acusou o Governo de tudo fazer para continuar “agarrado que nem uma lapa ao poder, incluindo aproximar-se a forças extremistas, a partidos de extrema-direita que, além de serem inimigos da democracia, são também inimigos da autonomia da Madeira, conquistada por todas e todos os madeirenses”.
O líder socialista denunciou também as promessas feitas por Miguel Albuquerque, lembrando “a renovação prometida, mas que nunca chegou”, afirmando que pouco ou nada mudou desde 2015 e que, com este governo e este PSD, alguns usam a Madeira para se servirem dela. “A única coisa que mudou de 2015 a 2023 foi que Miguel Albuquerque se tornou um dos políticos mais ricos do País à custa dos madeirenses. Miguel Albuquerque usa a Madeira para se servir, para servir o PSD e não para servir todas e todos nós”, disparou.
Pelo contrário, Sérgio Gonçalves frisou que se candidata a presidente do Governo para servir a Madeira e para acabar com quase 50 anos de um desgoverno que fez de nós uma das Regiões mais pobres de Portugal. “Eu não sou um carreirista político, fiz toda a minha vida fora dos partidos, no mundo empresarial, e essa experiência diz-me que é possível fazer diferente e fazer melhor. Estou aqui pela Madeira e pelos madeirenses e chegou o momento de colocar ao serviço de todos a minha capacidade de trabalho e os valores pelos quais me guio: competência, rigor, transparência e compromisso”, sustentou.
Menos impostos e melhor
acesso à Saúde e à Habitação
O candidato socialista à presidência do Governo Regional garantiu que o PS é a única alternativa para concretizar a necessária mudança na Região, dizendo-se preparado e empenhado para liderar essa mudança em prol de todos os madeirenses.
Como afirmou, os madeirenses e porto-santenses merecem uma terra de oportunidades que corresponda às suas reais necessidades e de um governo que tenha soluções para os seus problemas. “Comigo e com o PS no Governo, vamos ter mais e melhor autonomia, vamos ter uma autonomia não ao serviço de alguns, mas ao serviço da Madeira e de todos os madeirenses, sem exceção”, assegurou, recebendo fortes aplausos.
Sérgio Gonçalves deu conta das suas principais prioridades, a começar pela baixa de impostos, quer em sede de IRS, quer de IVA. “Vamos baixar o IRS, porque não podemos continuar a aceitar que os madeirenses paguem mais IRS do que os açorianos”, disse. Por outro lado, referiu que se o IVA baixar de 22% para 16%, ao fim de um ano isso representa um mês de poupança e significa “muito mais dinheiro no bolso dos madeirenses que tanto precisam para fazerem face ao aumento do custo de vida”. “Não nos deixemos enganar por aquilo que diz Miguel Albuquerque e o PSD. Se a Madeira baixar impostos, o dinheiro não sai da Madeira. O dinheiro sai dos cofres do Governo Regional e passa a estar no bolso das pessoas, no bolso das famílias que tanto precisam e que, de certeza, o utilizam melhor do que o Governo tem utilizado ao longo dos últimos 50 anos”, alertou.
A valorização dos rendimentos dos madeirenses é outra das promessas do PS, com o líder a garantir a atribuição do subsídio de insularidade de 2% para todos os funcionários públicos e o aumento do Complemento Regional para Idosos para 100 euros mensais.
A um outro nível, frisou que é preciso acabar com o flagelo da falta de acesso à saúde, defendendo a implementação de tempos máximos de resposta garantidos, definindo prazos para que as pessoas tenham uma consulta, uma cirurgia ou um exame e, findo esse prazo, se não tiverem resposta, possam recorrer ao privado, sem que tenham de o pagar. Neste domínio, assegurou também a abertura dos serviços de urgência dos centros de saúde de Santana e Porto Moniz no período noturno, os quais estão encerrados “porque Miguel Albuquerque assim o quer”.
Sérgio Gonçalves apontou a habitação como outra das grandes prioridades, mostrando-se preocupado com as carências existentes, com o facto de os jovens não poderem comprar ou arrendar casa e a classe média estar estrangulada pelo aumento das taxas de juro. Aproveitou por criticar o Governo por cumprimentar com chapéu alheio, já que passou anos sem fazer nada e sem uma estratégia para a habitação e as casas que agora estão a ser construídas são graças às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência e ao programa da República Primeiro Direito. Neste campo, atacou o Executivo por querer atirar ao mar 150 milhões de euros para prolongar a Pontinha, ao invés de construir mais habitação.
O presidente do PS promete ainda a gratuitidade dos manuais, transporte e alimentação para todos os alunos até ao 12.º ano, a atribuição de um complemento ao alojamento de até 200 euros para os estudantes universitários deslocados e o apoio de três milhões de euros por ano à Universidade da Madeira.
Perante as soluções preconizadas, Sérgio Gonçalves disse que a 24 de setembro é dia de escolher entre um Governo que dê resposta aos madeirenses e porto-santenses (o PS) ou “os mesmos de sempre que estão no poder há quase 50 anos a fazer enriquecer alguns à custa de todos nós”.
“A mudança está prestes a chegar. A 24 de setembro somos todos convocados a ir às urnas votar por uma Madeira e por um Porto Santo mais justos e solidários, por uma terra de oportunidades que ofereça futuro”, disse, vincando que “o voto no PS é o voto que muda a Madeira”.
De referir que, além da vertente política, a festa socialista contou também com um forte cartaz de animação, no qual se destacaram o cantor romântico Tony Carreira e a dupla de irmãos são-tomenses Calema. A estes juntaram-se os madeirenses Miro Freitas, os Amigos da Música, o grupo Seca Pipas e vários DJs.