O Grupo Parlamentar do Partido Socialista insistiu, hoje, na necessidade de o Governo Regional apoiar os armadores e pescadores, para que possam fazer face ao aumento do preço dos combustíveis.
Em conferência de imprensa no porto de pesca do Caniçal, o deputado Avelino Conceição lamentou as declarações do presidente do Governo, que afirmou que os pescadores já são apoiados. O parlamentar socialista deu conta que, de há um ano para cá, o preço do gasóleo já aumentou quase o dobro e explicou que, para que uma embarcação possa sair para a pesca do atum ou do gaiado, pode gastar cerca de 1.500 litros deste combustível por dia. “Este aumento vem encarecer muito mais a atividade piscatória e nós exigimos que o Governo Regional subsidie o aumento do gasóleo, como faz noutros setores de atividade”, declarou.
Por outro lado, Avelino Conceição denunciou a “falta de política” do Executivo madeirense em relação à atividade piscatória, apontando neste caso a necessidade de renovação da frota espadeira. “O Governo Regional não fez o trabalho de casa e, por isso, a União Europeia não apoiou este setor”, referiu o deputado do PS, considerando, no entanto, que há verbas do Orçamento Regional que deveriam ser afetas a este setor. O socialista criticou, aliás, o facto de o Governo Regional não ter alocado nenhuma verba do Plano de Recuperação e Resiliência para este efeito, o que denota que menoriza esta atividade.
O parlamentar constatou ainda o facto de as verbas do POSEIMA serem dirigidas apenas aos armadores, quando deveriam também chegar aos pescadores. Referiu, aliás, que o secretário regional do Mar e Pescas deveria servir de interlocutor e interceder nesse sentido.
Avelino Conceição denunciou também que as câmaras de frio no Porto Santo já não funcionam há quase dois anos, obrigando os pescadores locais a se deslocarem à Madeira para guardarem o seu peixe. Uma situação que acaba por encarecer quer as despesas destes profissionais, quer o preço do pescado.
“O que é que faz o secretário do Mar e Pescas?”, questionou o socialista, criticando que o governante não diga “uma palavra” em relação a este e a outros problemas que afetam a atividade piscatória, nem incentive o Executivo a apoiar os pescadores.