“Assistimos esta manhã na Assembleia Legislativa a um autêntico exercício de demagogia por parte da maioria PSD-CDS, tentando manipular os madeirenses e escamoteando a realidade social que se vive na Madeira, apenas para disfarçar a sua incompetência na gestão dos destinos da Região”.
É desta forma que o presidente do PS-Madeira reage às diferentes intervenções feitas hoje no Parlamento, nas quais os deputados da maioria, no seu habitual estilo, tentaram enganar a população, traçando um cenário idílico que esconde as muitas vulnerabilidades existentes na Região.
Após o social-democrata Carlos Rodrigues ter elencado uma série de indicadores para alegar que a Região está “no rumo certo”, referindo-se aos dados do Índice de Competitividade Regional da União Europeia, Sérgio Gonçalves reagiu, afirmando que “o PSD tenta ‘dourar a pílula’, mas esquece-se de revelar dados que são muito preocupantes e que têm um impacto muito grande na qualidade de vida das pessoas”.
O líder socialista dá conta que há vários indicadores negativos e que colocam a Madeira na cauda do País, em resultado da má governação social-democrata, apontando, por exemplo, os dados referentes à corrupção e à imparcialidade no acesso aos serviços públicos, nos quais a Região tem os piores resultados.
Outro indicador esquecido pelo deputado do PSD refere-se à esperança média de vida, índice no qual a Madeira está em penúltimo lugar no total nacional. Enquanto que aqui a esperança média de vida é de 68,7 anos, nas outras regiões do continente situa-se acima dos 70 anos. “Esta é uma situação que nos deve preocupar, sobretudo se tivermos em conta os problemas que todos conhecemos ao nível da Saúde na Região, com listas de espera que duplicaram desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo e com grandes dificuldades no acesso aos cuidados de saúde”, vinca Sérgio Gonçalves.
O desemprego de longa duração é outra das áreas apontadas pelo PS, mostrando que a Madeira tem a taxa mais alta do País, na ordem de 4,36%, sendo que, segundo o próprio Instituto de Emprego, esta taxa representa mais de metade do total do desemprego. Oportunidade também para esclarecer o deputado Carlos Fernandes, que se congratulou com o recorde de pessoas empregadas na Região (valor que, aliás, também tem aumentado no todo nacional), mas que se esqueceu de dizer que a Madeira continua a ter a segunda maior taxa de desemprego do País.
Entre outros elementos comparativos, é também de referir que a Madeira tem a terceira pior taxa de conclusão do ensino superior, a segunda pior taxa de formação ao longo da vida e o segundo pior poder de compra do agregado familiar. A pior taxa de inovação nas Pequenas e Médias Empresas e a terceira pior taxa de investimento em I&D são outros exemplos apontados e que dão razão ao PS quando defende mais apoios para as empresas e quando critica o facto de o Governo Regional não ter alocado verbas do PRR para este efeito.
Sérgio Gonçalves não deixa também de relevar a evolução que se tem registado ao nível nacional, apontando o facto de, segundo os próprios dados da Comissão Europeia, Portugal ser agora o 15.º país mais competitivo entre os 27 Estados-membros da União Europeia. Um elemento que deita por terra as declarações sem sentido do deputado Jaime Filipe Ramos, que havia referido que Portugal está a ser ultrapassado. Por seu turno, em 2022, a Madeira estava em 181.º lugar entre 234 regiões da Europa.
O presidente do PS-M aproveita ainda para denunciar a mentira do deputado do CDS Lopes de Fonseca, que, no plenário, referiu que a Madeira já não é a região com o maior índice de risco de pobreza. O líder socialista socorre-se dos últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística decorrentes do inquérito às condições de vida e rendimento, que mostram que, lamentavelmente, a Madeira tem a mais alta taxa de risco de pobreza e exclusão social do País, com 29,6%. Mesmo após as transferências sociais, a Madeira ocupa o último lugar da tabela, com uma taxa de 25,9%, revela, acrescentando que esta situação “decorre da governação errada e irresponsável do Executivo liderado por Miguel Albuquerque, ao qual o próprio CDS do deputado Lopes da Fonseca estendeu a mão”.
Os esclarecimentos estendem-se também às declarações do deputado Bernardo Caldeira, que referiu que o PS retirou o projeto sobre o Regime Jurídico dos Percursos Pedestres, Cicláveis ou Mistos da Região Autónoma da Madeira. Na verdade, vinca Sérgio Gonçalves, o diploma não só não foi retirado, como foi votado e aprovado no dia 13 de outubro de 2022, com o próprio PSD a viabilizar o mesmo, através da abstenção, pelo que “Bernardo Caldeira mentiu descaradamente”.