O deputado e presidente do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, em declarações à comunicação social, reconhece que a Região tem “felizmente, uma situação muito boa em termos de controlo da pandemia”, mas, por lado, aponta que “não podemos estar a dizer que somos um dos destinos mais seguros do mundo” quando “o Governo Regional renova a situação de calamidade”.
“Estamos a transmitir uma imagem negativa da situação real, com consequências de cancelamentos de reservas”, frisou.
Paulo Cafôfo sublinha assim que “o nosso futuro dependerá daquilo que fizermos agora”, relevando que “há duas questões muito importantes. Uma é a de não cometermos erros e, uma segunda, são os apoios que não chegam com rapidez e celeridade às empresas”.
Dessa feita, aponta que “os apoios precisam devem ser reforçados e precisam de chegar rapidamente às empresas”, lembrado ainda as linhas de apoio anunciadas pelo Governo Regional, que tardam em dar uma resposta. Abordado ainda a questão da “excessiva burocracia” necessária para se candidatar às mesmas.
Lembrou assim que “temos a linha do Invest Madeira, de 100 milhões de euros, com uma montanha burocrática que impediu o acesso às empresas e temos uma segunda linha que está difícil de chegar, que é a linha dos 20 milhões. Lembro que foi anunciada em abril, foi dito pelo secretário da Economia que estava a ser desenhada em maio, e veio o vice-presidente dizer que seria concretizada em junho.
“Já estamos em agosto e é importante que estas verbas pudessem chegar às empresas, por uma questão de liquidez”, defendeu.
Assim sendo, “temos que estabelecer prioridades e temos de atuar de forma a que possamos investir muito para manter os empregos”.
Até porque “vamos ter os recursos necessários, porque todas aquelas que foram as reivindicações do Governo Regional ao Governo da República estão satisfeitas”, nomeadamente “a questão do financiamento, as moratórias”, lembrou.
No entender do líder do presidente do PS-Madeira, na Região “há três objetivos de atuação” que passam por “proteger o emprego, garantir a sustentabilidade das empresas e não perdermos a competitividade enquanto destino turístico”.
Paulo Cafôfo aponta ainda que “não podemos também estar a apostar no mercado nacional – e bem, porque é uma boa aposta pela questão da proximidade – e depois os laboratórios e os postos para realização dos testes estão a ser em conta-gotas. Não pode ser, não é esta a resposta necessária”. Dando o exemplo dos Açores que, desde o início da retoma económica, estabeleceram vários acordos, tendo em todo o território nacional 124 postos para a realização de testes.
Assim, “é importante que quem governa tenha os pés bem assentes na terra, que possa aceitar as contribuições de outros partidos políticos, que possa aceitar a colaboração de quem está no setor”.
“Por essa razão que não podemos, como tem feito o senhor presidente do Governo Regional, estar a insultar o PS, ou as ações, porque é o melhor para a nossa terra e para dar a volta a esta situação. E o PS quer dar o seu contributo”, reiterou.
“O PS estará sempre disponível para apresentar as nossas propostas”, frisou.
Paulo Cafôfo reitera ainda que “nem pode o senhor presidente do Governo estar a dizer mal dos hoteleiros quando eles criticam, precisamente, os erros e as medidas que têm sido feitas de uma forma errática e outras que nem têm sido feitas”.
Continuou referindo que “não há demagogia aqui, quando sabemos que em 76% dos hotéis houve cancelamento de reservas, 65% dos hotéis preveem despedir os seus funcionários”, questionando ainda: “quando acabar a lay-off o que irá acontecer a estas pessoas?”
“Temos já 15.000 pessoas em situação de desemprego e é o próprio Governo nas suas estimativas qua dizer que podemos atingir as 25.000 pessoas no desemprego. Nada disto é, pois, demagogia”, concluiu.