O presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista considera inadmissíveis as declarações do secretário regional da Saúde, que hoje desvalorizou o excessivo tempo de espera em ambulâncias por parte de alguns pacientes na chegada às urgências do hospital.
Confrontado pela comunicação social sobre o caso de um paciente que foi obrigado a esperar quatro horas dentro de uma ambulância, Pedro Ramos considerou que tal “não é tempo demais”, numa atitude de claro desprezo pela segurança, bem-estar e dignidade dos doentes.
“É reprovável a forma displicente como o secretário da Saúde encara esta situação. Estamos a falar da saúde e da vida das pessoas e não é ética nem clinicamente aceitável que estes casos ocorram”, afirma Rui Caetano, exigindo uma resposta necessariamente mais célere.
Para o dirigente socialista, a pandemia não pode servir de justificação para esta atitude, ainda mais quando é o próprio Governo Regional a dizer que a situação está controlada e existe um espaço hospitalar destinado especificamente ao tratamento destes doentes.
“O facto é que o caos na Saúde já vem se verificando desde muito tempo antes da Covid-19 e o Governo Regional, no seu habitual estilo propagandístico, tenta passar a imagem de que está tudo bem, para esconder a sua incapacidade em gerir o setor”, dá conta Rui Caetano.
O líder parlamentar do PS aponta o exemplo das listas de espera para cirurgias, consultas e exames complementares de diagnóstico, que têm vindo a crescer de forma descontrolada, atingindo já mais de 118 mil atos médicos em espera. “Como se não bastasse isso, ainda assistimos a este tipo de situações, sem que o secretário com a tutela da Saúde – também ele médico – lhes atribua qualquer importância”, lamenta o responsável.