“Perante as dificuldades que milhares de madeirenses enfrentam, é imoral que o Governo Regional use os recursos públicos para se autopromover, com o objetivo de obter dividendos eleitoralistas, quando tinha a obrigação de apoiar a população no momento em que esta mais precisa”.
É desta forma que o líder parlamentar do PS reage ao polémico dispêndio de 360 mil euros num programa televisivo que teve apenas como objetivo “mostrar o presidente do Governo a tocar piano e o secretário regional da Agricultura a dar pontapés numa bola”.
Rui Caetano regista a necessidade que o Executivo tem de, agora, vir justificar o injustificável, alegando que “apenas” 55 mil euros foram pagos pela Região e que quase 305 mil euros são provenientes de fundos comunitários. “O Orçamento Regional tem várias fontes de financiamento, uma das quais os fundos da União Europeia”, explica o dirigente socialista, sublinhando, por isso, que este dinheiro é, por direito, de todos os madeirenses e devia ser usado para os propósitos para os quais foi atribuído.
O líder parlamentar do PS critica ainda que o titular da pasta da Agricultura tente fundamentar que este valor foi conseguido através de uma medida específica de apoio a atividades de demonstração e ações de informação. “Na verdade, aquilo que assistimos foi a uma descarada ação de propaganda com fins meramente eleitoralistas”, refere Rui Caetano, censurando o “regabofe” que o Governo Regional faz com recurso aos dinheiros públicos.
“O que é que os agricultores da Madeira – que enfrentam tantas contrariedades e veem os seus produtos serem subvalorizados pelo Governo Regional – ficaram a ganhar?”, questiona o líder parlamentar do PS, lembrando ainda as dificuldades acrescidas com que a população, em geral, está confrontada.
Rui Caetano condena a usurpação que o Executivo faz do dinheiro de todos os madeirenses em benefício próprio, com fins partidários, e diz que esta situação é apenas um exemplo entre muitos. “Basta olharmos às festas recorrentes, à instrumentalização de instituições públicas, aos cartazes e outdoors propagandísticos e às inaugurações ao velho estilo de arraial”, remata.