O presidente do Grupo Parlamentar do PS lamentou, esta tarde, que muitos problemas da Educação continuem por resolver na Região, isto numa altura em que se inicia mais um ano letivo.
Em conferência de imprensa realizada junto à Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia, Rui Caetano referiu que as escolas estão preparadas para receber os alunos e elogiou a capacidade dos professores e dos conselhos executivos, mas constatou que o Governo Regional não cumpriu a sua parte. “Nem tudo está bem na Educação e nas escolas na Região”, disse, acrescentando que “há um conjunto de problemas que nunca foram resolvidos e, muito menos, mitigados”. “O Governo Regional está a entrar no seu último ano de mandato e os problemas na Educação continuam a ser exatamente os mesmos”, reforçou.
Uma das questões abordadas por Rui Caetano tem a ver com a autonomia das escolas, a qual, considerou, “não pode ficar apenas nos discursos e nas palavras bonitas”. Na ótica do deputado socialista, é preciso dar meios e condições para que os estabelecimentos de ensino possam mesmo ter autonomia e possam fazer um trabalho diferenciado junto dos alunos e dos professores, algo que, sublinhou, não é possível com apenas 4% do orçamento.
Outro problema apontado diz respeito à burocracia. “Como é possível que, ao longo de todos estes anos, o senhor secretário regional da Educação tenha falado na redução do peso burocrático dentro das escolas e, ano após ano, esse peso seja cada vez maior?”, questionou Rui Caetano, dando conta da cada vez maior quantidade de papelada que é exigida aos professores e das “atividades inúteis que não acrescentam nada à aprendizagem dos alunos”.
Rui Caetano aproveitou também para se referir ao crescente desgaste da classe docente, acusando a Secretaria Regional de nada fazer para evitar esta situação. “O sistema de avaliação em vigor é um sistema que não avalia nada, que apenas cria injustiças e problemas entre os professores”, observou o deputado socialista. Neste ponto, critica o Governo por nada fazer quando este “tem poder, meios e competências para alterar essa matéria”.
A fusão de escolas foi outro dos assuntos focados pelo líder parlamentar do PS, que vincou que estas decisões têm de ser tomadas com critérios e fundamentos claros e numa postura dialogante com o poder local. “Fazer uma fusão de escolas de forma unilateral, prepotente e sem ouvir as entidades locais é completamente inaceitável”, afirmou, dando conta que este comportamento gera problemas, nomeadamente os relacionados com o transporte escolar.
O líder da bancada parlamentar socialista aproveitou ainda para voltar a defender a realização de um estudo à implementação dos manuais digitais no sistema de ensino regional. “O Governo Regional continua a não fazer aquilo que nós consideramos que é fundamental para o sucesso deste projeto. Não está a ser feita uma avaliação adequada e próxima de todo este processo”, constatou. “Nós não queremos criar novos infoexcluídos, alunos que, pelas dificuldades que sentem, por uma ou outra razão, não tenham em casa os apoios adequados” para a sua aprendizagem, referiu, sugerindo que esse estudo científico deve ser feito pela Universidade da Madeira.