«A proposta do Governo Regional é um pouco mais do mesmo, está demasiado centralizada na administração pública e achamos que, com as centenas de milhões de euros que a Região irá receber, esta poderia ser a oportunidade para diversificar a economia e para criar emprego», afirmou o líder do PS-M, hoje, em conferência de imprensa realizada por via eletrónica.
Tal como referiu Paulo Cafôfo, este plano serve para responder ao impacto da pandemia – que tem provocado uma crise económica e social – mas «também deveria servir para termos uma mudança estrutural e outro modelo de desenvolvimento».
No entender dos socialistas, há três dimensões que devem ser salvaguardadas, nomeadamente a questão social, o aumento do potencial produtivo e a promoção da coesão territorial. O dirigente considerou determinantes questões como a inovação e a capacitação empresarial, o desenvolvimento territorial – com uma participação das autarquias e particular atenção ao norte da ilha e ao Porto Santo – a cultura, a educação e a produção regional e valorização dos produtos.
De acordo com Paulo Cafôfo, é essencial que existam apoios a fundo perdido para as empresas da Região, com vista à sua modernização e recapitalização, mas também apoios a projetos diferenciadores e inovadores. Neste âmbito, e lembrando também as dificuldades que os setores do turismo, restauração e comércio estão a atravessar, entende que 20% das verbas do PRR sejam alocadas às empresas. Defendeu, igualmente, um programa de aceleração de ‘start-ups’ ao nível dos serviços de ‘shipping’, aproveitando as potencialidades do Registo de Navios e do mar para criar empregos qualificados.
A um outro nível, o líder dos socialistas madeirenses apontou a necessidade de termos uma maior soberania alimentar e diminuirmos a nossa dependência externa. Nesse âmbito, propôs uma diversificação da economia agrícola, com novos produtos e a aposta na área da transformação, a qual contribuiria para estimular a produção regional e valorizar os circuitos de comercialização.
A área da transição ecológica, optando por um novo modelo de gestão florestal, uma maior eficiência hídrica e a descarbonização da economia deve ser outra prioridade, assim como a ocupação sustentável do solo e a prevenção de riscos.
Em suma, vincou Paulo Cafôfo, as 50 medidas apresentadas pelo PS «visam outro modelo de desenvolvimento, porque nós não podemos voltar ao que éramos». «Nós temos de preparar a Madeira para o futuro. Não podemos ter as mesmas respostas que foram dadas, com os resultados medíocres que conhecemos. Temos de ter outra perspetiva e é nesse sentido que esta oportunidade não pode ser desperdiçada», rematou.