A Concelhia do PS de Santa Cruz acusa o PSD de recorrer à repetição de promessas e notícias para esconder o seu incumprimento e a falta de ideias na área desportiva.
O presidente da estrutura concelhia socialista lança duras críticas aos sociais-democratas por, uma vez mais, virem congratular-se com o repetido anúncio da substituição do relvado sintético do campo do Canicense. “Claramente, este PPD não tem estratégia, não tem nada para dizer de novo”, refere António Alves, lembrando que, neste caso, “palavra dada não é palavra honrada”.
De acordo com o presidente da concelhia do PS, enaltecer as políticas desportivas que o Governo Regional tem implementado em Santa Cruz “é falar de nada” e dizer que “se não fosse o Governo Regional já não tínhamos desporto em Santa Cruz” é “para rir”.
António Alves prefere enaltecer a dedicação e o trabalho desenvolvido pelos inúmeros dirigentes, entidades e agentes desportivos. “Estes são os verdadeiros responsáveis por haver desporto no concelho de Santa Cruz. Os mesmos que continuam sem um verdadeiro estatuto que olhe e proteja verdadeiramente a atividade que desempenham”, sublinha o responsável, lembrando que o Grupo Parlamentar do PS apresentou na Assembleia uma proposta de alteração do estatuto do dirigente desportivo, que foi chumbada pela maioria PPD/CDS.
No entender do PS, usar apenas a substituição de um relvado sintético para falar de políticas desportivas “é muito pouco e é redutor”.
António Alves recorda que esta intervenção já foi prometida três vezes – a 23 de fevereiro e a 20 de setembro de 2019 e a 29 de setembro deste ano – sendo que ontem o Grupo Parlamentar do PPD e o vereador na Câmara de Santa Cruz, Brício Araújo, vieram a público “falar de algo que já tem 4 anos de atraso”. O socialista estranha, aliás, ainda não ter ouvido nenhuma palavra ou proposta por parte do vereador Brício Araújo ou de qualquer deputado municipal da Coligação “Cumprir Santa Cruz” sobre Políticas Públicas Desportivas.
Santa Cruz é o segundo concelho em termos de demografia federada na Região, com 2.790 atletas federados, 15 clubes e 24 modalidades praticadas. Não obstante, o PS refere que é necessário mais rigor ao falar de políticas desportivas, considerando que as mesmas devem promover, orientar, apoiar e regular o processo de desenvolvimento desportivo e vincando ainda que as decisões políticas devem ter o envolvimento ativo, participado e comprometido dos dirigentes desportivos.
Se assim fosse, dispara António Alves, talvez não estaríamos perante os ‘elefantes brancos’ a que o Governo do PSD nos habituou ao longo de 46 anos, dos quais é exemplo a construção do Centro de Formação da Associação de Futebol da Madeira, em Gaula, com um custo a rondar os 4 milhões de euros. O projeto era suposto ser a ‘casa das seleções madeirenses’, mas não passou da intenção, tendo apenas sido satisfeitos caprichos.
António Alves considera que as verdadeiras políticas desportivas deveriam assegurar o processo de desenvolvimento desportivo, apoiar as entidades e construir infraestruturas que respondam às necessidades reais, mas lamenta que a opção do Governo Regional continue a ser “distribuir dinheiro pelas entidades desportivas ou assinar contratos- programa e dotar de infraestruturas desportivas apenas os concelhos que são da sua cor política”, como é o caso de Câmara de Lobos, que conta com um investimento de cerca de 10,7 milhões de euros (Pavilhão Gimnodesportivo no Estreito, no valor de 4,2 milhões de euros, e Campo de Futebol do Ribeiro Real, no valor de 6,5 milhões de euros).
Os socialistas aproveitam ainda para questionar se a substituição do piso sintético do campo do Canicense está, de facto, contemplada no Orçamento Regional para 2023, quanto custará e quando terão início as obras.