As alterações nas medidas de controlo da pandemia na Região, apenas três dias após o anúncio das mesmas, comprovam a prepotência do Governo Regional nesta matéria, insistindo na tomada de decisões em cima do joelho e de forma unilateral.
As medidas que entraram em vigor no passado dia 1 (terça-feira) exigiam que os cidadãos que pretendessem aceder ou frequentar quaisquer atividades na comunidade, incluindo desportivas, possuíssem esquema vacinal completo e dose de reforço com 14 dias de evolução ou a apresentação de certificado de recuperado. Contudo, hoje, o Governo Regional emendou a mão e recuou, permitindo a participação em eventos desportivos apenas com a vacinação iniciada. Isto depois de ontem o secretário regional da Saúde ter garantido que o Governo não ia voltar atrás. Da mesma forma, o Executivo fez marcha-atrás e decidiu pelo fim da obrigatoriedade de apresentação de certificado de vacinação ou de qualquer outro documento pelos viajantes que cheguem à Madeira e ao Porto Santo.
O líder do Grupo Parlamentar do PS-Madeira constata o facto de esta mudança de posição acontecer após uma forte contestação da comunidade, que não aceita a forma autoritária e antidemocrática como o Executivo tem vindo a comunicar as medidas a adotar.
“Estamos perante um Governo Regional que, de forma prepotente, toma decisões à pressa apenas para dizer que a Madeira é a primeira Região a seguir novas diretrizes, mesmo que elas estejam descontextualizadas da realidade pandémica e não sejam exequíveis”, aponta Rui Caetano, criticando a incoerência e a falta de clareza comunicacional do Executivo, que o obrigam a estes constantes “ziguezagues” e “avanços e recuos”.
Na ótica do deputado socialista, esta situação só vem dar razão ao PS quando, repetidamente, tem vindo a defender que o Governo Regional deve ouvir a Assembleia e os partidos nela representados e entidades ligadas à saúde antes de tomar qualquer decisão. “Se tivessem auscultado os legítimos representantes da população previamente, ao invés de instalarem o medo e a repressão, certamente não haveria necessidade de andarem a fazer alterações de forma atabalhoada”, sublinha Rui Caetano, considerando que esta situação acaba por descredibilizar a Região e poderia ser evitada.
“Voltamos a insistir que esta é uma questão sensível e que mexe de forma significativa com a vida das pessoas. Como tal, não deve e não pode ser encarada de forma leviana, como temos vindo a assistir por parte do Governo Regional”, vinca o líder parlamentar do PS.