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Omissões do PSD-CDS e tentativa de impedir apuramento da verdade levam PS a enviar ‘obras inventadas’ para a Justiça

O presidente do Grupo Parlamentar do PS acusou, hoje, a maioria PSD-CDS na Comissão de Inquérito às obras inventadas e favorecimentos do Governo Regional a grupos económicos de ter apresentado e aprovado um relatório que é “uma autêntica farsa”, que não reflete a verdade daquilo que aconteceu durante as reuniões da comissão e que omite situações muito graves.

Por estas razões e por entender que os factos denunciados pelo ex-deputado Sérgio Marques são passíveis de configurar a prática de vários crimes, o Grupo Parlamentar do PS vai entregar a sua própria declaração de voto ao Ministério Público, para que abra uma investigação.

Em conferência de imprensa realizada na Assembleia Legislativa, Rui Caetano deu conta que nem todos os documentos solicitados pelo PS foram entregues e adiantou que o relatório do PSD e do CDS omite o facto de os socialistas terem pedido por quatro vezes a audição de Sérgio Marques, pretensão que foi sempre recusada pela maioria e que era importante para esclarecer os factos. Outra das omissões do documento foi o relacionamento empresarial que o presidente da comissão, Adolfo Brazão, e o ex-deputado Sérgio Marques mantiveram na sociedade ‘Choupana Hills’.

“Por considerarmos que é um relatório que não diz aquilo que aconteceu, votámos contra e apresentámos uma declaração de voto, com mais de 100 páginas, a qual será entregue ao Ministério Público”, referiu o líder parlamentar do PS, acrescentando que “aquilo que aconteceu na comissão é revelador da situação política da nossa Região – um poder político que cede a pressões do poder económico” para “satisfazer a vontade do poder económico e não para defender os interesses da Madeira e dos madeirenses”. Como explicou, o relatório do PSD-CDS tem apenas como objetivo “desviar do essencial”, pelo que é fundamental que o Ministério Público investigue.

Por outro lado, Rui Caetano lançou fortes críticas à atitude da maioria de entregar as suas próprias atas, querendo que substituíssem as atas elaboradas pelo secretário da comissão, o socialista Victor Freitas. “Isto nunca aconteceu, em momento algum”, afirmou o líder parlamentar do PS, classificando este como um “episódio demasiado grave”, que mostra o “nervosismo do PSD” e o objetivo de “desviar as atenções de tudo aquilo que aconteceu”. “Esta é a prova de que o PSD não queria apurar a verdade”, rematou.