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“O trabalho tem de significar uma rutura com a pobreza”, afirma Paulo Cafôfo

O líder dos socialistas madeirenses referiu que a pandemia veio expor fragilidades já existentes, sendo que os problemas se ampliaram e trazem novos desafios. “Precisamos de um novo ciclo e não pode haver novo ciclo sem olharmos para o trabalho”, afirmou, destacando a importância de serem criadas melhores condições, uma vez que “ter trabalho não significa não ser pobre”.

De acordo com Paulo Cafôfo, deve haver uma preocupação com as pessoas que têm emprego, mas que estão na pobreza, até porque, de acordo com dados de 2019, o salário mínimo regional correspondia a 84,4% do rendimento médio dos assalariados. “O trabalho deveria significar uma rutura com a questão da pobreza e, infelizmente, isso não acontece”, declarou, defendendo que, atendendo às verbas que a Região irá receber da União Europeia, por intermédio da ‘bazuca’, “temos de ter um pensamento estruturado e soluções para podermos reinventar as questões de trabalho e da economia”.

O presidente do PS-M mostrou-se igualmente preocupado com o facto de a Região ter mais de 20 mil pessoas desempregadas, sendo que 67% delas não têm qualquer tipo de subsídio ou de apoio.

Por seu turno, o ex-secretário-geral da UGT deu conta que a pandemia criou um problema grave em termos económicos e sociais, com o aumento do desemprego, a instabilidade laboral e o aumento da pobreza e das desigualdades.

João Proença lembrou que o combate à pobreza foi o que esteve na origem da criação do movimento sindical, sendo que os sindicatos se bateram sempre pelo aumento do salário mínimo. “Temos de ultrapassar o modelo dos baixos salários. Essa é uma grande luta”, frisou.

O preletor convidado considerou ainda que tem de haver uma preocupação com a melhoria da qualidade do emprego.

Por outro lado, tanto Paulo Cafôfo como João Proença apontaram a importância de apostar na qualificação da população, de modo a melhor prepará-la para os desafios. Trata-se, tal como classificou o ex-secretário-geral da UGT, de encarar a educação como elevador social.

O debate foi moderado pela coordenadora da Tendência Sindical do PS-M, Sofia Canha.