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O caminho da (des)governação

Só nas últimas semanas foram vários os exemplos que comprovam a total falta de ética e sentido de responsabilidade do atual executivo madeirense. A utilização desmedida de todos e quaisquer meios ao seu alcance por parte do PSD numa tentativa desesperada de manter um lugar que há muito não devia ser seu é um autêntico desrespeito para com os madeirenses e porto-santenses.

Começando pela publicidade (paga pelos madeirenses) no Jornal da Madeira e Diário de Notícias com números contraditórios referentes aos custos do novo hospital que não passam de propaganda política e manipulação da opinião pública.

Passando pela Consulta Prévia, para a realização de trabalho de campo através entrevistas e focus group no valor de 100.000 € (pagos pelos madeirenses) “tendo por objetivo a avaliação da realidade Social, Cultural e Económica dos municípios da Madeira” para usufruto claro do PSD na elaboração da campanha eleitoral às eleições do próximo ano.

E, como se mais provas fossem precisas, o PSD já nem se preocupa em esconder esta sua estratégia e recorre mesmo à página de Facebook do Governo Regional da Madeira (paga pelos madeirenses) para propagar uma entrevista ao presidente do Executivo, e candidato social democrata, Miguel Albuquerque de carater assumidamente partidário.

Ora, Paulo Cafôfo, Presidente da Câmara Municipal do Funchal, e candidato pelo Partido Socialista, foi igualmente entrevistado no mesmo âmbito. No entanto, a entrevista não foi partilhada na página da autarquia por existir a plena consciência de que as águas devem ser separadas.

Posturas distintas que se refletem em formas diferentes de estar e fazer política. Porque quando o benefício próprio é posto acima do bem da Região, estamos perante a maior prova de incompetência e ausência de sentido de missão que podemos encontrar.

Se o PSD considera correto recorrer aos recursos do Governo Regional (e dos madeirenses) para levar a cabo uma campanha que não deveria precisar de mais provas do que o trabalho feito (ou não feito) nos últimos 40 anos no poder, é esta a cor política que deveria conduzir o futuro da Região?

Até quando irão os madeirenses e porto-santenses continuar a aceitar que brinquem com o seu destino, com a força do seu trabalho e com as suas vidas? Até passarão a ética e a justiça a fazer parte dos critérios essenciais para a escolha de quem nos governa?