O presidente do PS-Madeira reage com perplexidade às declarações de Miguel Albuquerque, hoje, numa entrevista no Diário de Notícias da Madeira, e acusa o presidente do PSD-M de querer fazer dos madeirenses e porto-santenses “tolos”.
Paulo Cafôfo esclarece que a crise política na Madeira não ficou resolvida com as eleições legislativas nacionais, nem os resultados eleitorais legitimaram o Governo PPD-PSD. “A cúpula do PPD-PSD continua a ter de prestar contas na Justiça e, de Miguel Albuquerque, continuamos à espera que peça o levantamento da imunidade, como prometeu aos madeirenses e porto-santenses”, afirma o líder dos socialistas, questionando o porquê de aquele não o ter feito. “O que teme Miguel Albuquerque? De que tem medo?”, pergunta.
O presidente do PS-Madeira lembra que existe um processo judicial em curso que ainda agora começou, que está muito longe de terminar e que as legislativas nacionais não apagaram, o qual envolve Miguel Albuquerque e Pedro Calado, que continuam a ter de responder na Justiça por crimes de corrupção.
Paulo Cafôfo esclarece, por isso, que, nas últimas eleições, os madeirenses e porto-santenses escolheram o próximo governo do país e “não deram um voto de confiança ao PSD e a Miguel Albuquerque”.
O líder socialista recorda também as palavras de Miguel Albuquerque relativamente a António Costa, quando disse que “com o ministro arguido e com o próprio chefe de gabinete detido, para o primeiro-ministro tornava-se muito difícil continuar a governar”. O presidente do PS-M critica, assim, a dualidade de critérios de Miguel Albuquerque, que, em novembro, considerava que o então primeiro-ministro não poderia continuar a governar e nem arguido era, mas agora, quatro meses depois, já não vê a sua própria condição de arguido como um problema para continuar a liderar um partido. “Miguel Albuquerque é arguido, suspeito de crimes de corrupção. Miguel Albuquerque defende uma coisa e o seu contrário, consoante os seus interesses”, sublinha Paulo Cafôfo.
O presidente dos socialistas madeirenses considera graves as declarações de Albuquerque e diz que basta de atirar areia para os olhos dos madeirenses. “A crise política da Madeira não terminou com estas legislativas. O PSD não tem legitimidade para estar à frente do Governo da Madeira. Deve ser devolvida a voz aos madeirenses e porto-santenses para que possam ser eles a escolher quem querem ter à frente dos destinos da Região”, remata Paulo Cafôfo.