Por outro lado, mencionou que há muito sofrimento ainda escondido e que no passado não muito longínquo a violência era uma prática mais frequente. A denúncia por parte da vítima é o primeiro passo, mas não é o único, uma vez que as fases que se seguem são penosas e quase sempre com muita morosidade, onde se acrescentam os quadros de grande pressão psicológica, emocional e física. Neste campo, há muito a fazer sob pena de se perpetuar por cumplicidade passiva o fenómeno da violência doméstica, disse a deputada.
O Governo Regional quando decidiu elaborar o plano regional de prevenção e combate à violência doméstica subscreveu estes pressupostos e deve, por isso, dar seguimento a uma série de intervenções essenciais para modificar as atitudes, contestar as desigualdades e as normas sociais que perpetuam o problema. Desta feita, Sofia Canha referiu que para modificar este paradigma é necessário começar pelas crianças, na escola, local que se constitui como um pilar fundamental na construção de valores, sendo este o lugar onde se informa, educa e sensibiliza, projetando o futuro e as mudanças sociais.
Deste modo, chamou a atenção para as situações de violência física e sexual de que são vítimas algumas crianças que vivem em segredo e para as quais a família é um sitio de perigo, preconizando medidas urgentes no âmbito da educação.