“Passados 20 meses, todos percebem que foram 20 meses perdidos de Governo de caos, de confusão, de um governo que foi incapaz de cumprir o programa apesar, de ter tido todas as condições”, afirmou o também deputado socialista na Assembleia da República à margem da reunião do Conselho Consultivo do PS-M.
Carlos Pereira destacou que Miguel Albuquerque até teve, este ano “um Orçamento do Estado que nunca foi tão favorável para com a Madeira”, opinando que se está a “ transferir para a governação o caos dentro do partido [PSD-M} e a completa incapacidade de resolver os problemas das pessoas e os principais dossiês da Região”.
Criticando as alterações feitas no elenco do Governo Regional, com destaque para a entrada de Pedro Ramos para substituir João Faria Nunes na pasta da Secretaria Regional da Saúde, o dirigente do PS-M considerou ser “uma trapalhada” que tem apenas comparação com o que aconteceu no tempo do executivo nacional liderado pelo social-democrata Santana Lopes.
“Se [Miguel Albuquerque] está a pensar abdicar da governação, faça-o rapidamente, porque o que se passa na Região Autónoma da Madeira, seja no quadro da crise governativa, seja no quadro da desorganização e caos governativo dos últimos tempos é prejudicial para os madeirenses”, declarou o responsável socialista insular.
Carlos Pereira realçou a preocupação do partido pela situação verificada no Sistema Regional de Saúde da Madeira que “está muito frágil, desorganizado, caótico e tem tido sucessivas administrações”.
No seu entender, o governo madeirense “não está a colocar o sistema de saúde como uma das prioridades”, nem a cumprir as suas promessas na área da saúde e adota uma postura que evidencia que “o quer fazer é permitir facilitar surgimento sistemas privados, colocando os madeirenses em situação grave”.
“O Governo Regional da Madeira tem de aproveitar 50% garantidos pelo PS e começar a construir o novo hospital [da Madeira], porque se isso não acontecer está a abrir portas a sistemas privados de saúde que favorece os mais ricos”, sustentou.
O projeto do novo hospital (para substituir o já existente no Funchal) tem um custo estimado de 340 milhões de euros, tendo sido anunciada a comparticipação de metade do valor pelo executivo da República em sede de Orçamento do Estado (OE) para 2017. O Governo da Madeira insiste que o compromisso assumido entre os executivos nacional e regional era de um apoio na ordem dos 80%.
Carlos Pereira também realçou os problemas económicos verificados no arquipélago, enunciando que a Madeira é a região do país com a mais elevada taxa de desemprego e maior risco de pobreza, onde a economia não cresce.
“Avaliando indicadores económicos e sociais, estes revelam uma Madeira a afundar e está num estado muito difícil”, disse Carlos Pereira.