O líder do grupo parlamentar socialista, Jaime Leandro, defende que a existência de um plano estratégico para o turismo é urgente e essencial e foi até defendida, tanto por Miguel Albuquerque, como por Eduardo Jesus ainda antes de serem governantes e portanto não vejo onde é que está o espanto pelo facto do PS-M avançar com a dita proposta. A surpresa está no facto do PSD da Assembleia, estar contra aquilo que o PSD do Governo defende o que revela bem a manta de retalhos a que se resumem.
Mas não deixou de ser também surpreendente que, sob a capa da discussão das questões laborais, todas as forças políticas, ou quase todas, tenham alinhado ao lado do PSD na crítica a um documento que apenas deveria servir de ponto de partida para um Plano Estratégico mais envolvente e mais abrangente que contasse com a maior quantidade possível de contributos dos mais diversificados sectores.
O problema é do conceito, não se pode confundir turismo com hotelaria sendo certo que esta última é central no turismo da nossa terra, mas daí a desvalorizar o debate e a fazê-lo afunilar para a questão do contrato coletivo de trabalho na hotelaria é redutor e populista, não porque a matéria não seja importante, mas porque o âmbito da discussão é bem mais alargado.
Jaime Leandro defende que é verdade que existe “escravatura” na hotelaria, sendo conhecidas situações em que os trabalhadores são obrigados a trabalhar mais horas do que deviam a troco de um ordenado de miséria, embora se continue a propagandear a elevada qualidade do serviço prestado a quem nos visita, quando se sabe que trabalhadores que são “pau para toda a obra” não fazem milagres.
Como se sabe esta terra é avessa a documentos de planeamento, venham eles de onde vierem e isso ajuda muito a entender o que vai por essa ilha fora, em matéria de investimento que mais não significou do que dinheiro dos contribuintes pela mão fora, direito aos bolsos dos partos bravos, conclui.