A candidata do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de São Vicente acusa o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o presidente da edilidade local, José António Garcês, de mentirem à população do concelho ao afirmarem que os trabalhos da empreitada de requalificação da estrada das Ginjas irão começar em janeiro do próximo ano.
Helena Freitas diz que, uma vez mais, os presidentes do Governo e da Câmara não falam a verdade aos vicentinos, já que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) considera que a justificação geral da necessidade de pavimentar a estrada não foi demonstrada nos documentos analisados, devendo ser clarificada, e o Estudo de Impacto Ambiental deve ser revisto.
Saliente-se que a estrada das Ginjas se encontra situada numa mancha de floresta Laurissilva, classificada como Património Mundial Natural da UNESCO, condição que tem gerado polémica em torno do projeto de asfaltagem.
Helena Freitas recorda que o Governo Regional se comprometeu a cumprir as regras impostas pela UNESCO para que a classificação fosse atribuída, “pelo que não pode agora o dr. Miguel Albuquerque vir afirmar que as obras na referida estrada se iniciarão em janeiro de 2022”. A candidata do PS à autarquia de São Vicente acusa o presidente do Governo de, em ano de eleições autárquicas, “vir novamente enganar os vicentinos com promessas falaciosas”, tal como aconteceu em 2017 com o secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, que, de megafone em frente à Igreja das Ginjas, disse que “quer queiram quer não, a estrada da Ginjas vai avançar”.
Helena Freitas esclarece que, a 11 de março deste ano, a Secretaria Regional da Agricultura e Pescas apresentou um relatório à IUCN sobre o Estudo de Impacto Ambiental deste projeto, sendo que este organismo concluiu que o fundamento para a necessidade de pavimentar a estrada não ficou claramente definido e justificado. A IUCN considerou que «antes de determinar a adequação ou não da proposta, a entidade promotora do projeto deve clarificar e objetivar todos os benefícios pretendidos, incluindo ganhos, gastos e mais-valias no sentido de melhoria da eficácia da proteção e da conservação daquela parte da floresta Laurissilva». Além disso, o Estudo de Impacto Ambiental tem de ser revisto antes de ser tomada qualquer decisão de aprovação do projeto.
Tendo em conta o exposto, Helena Freitas entende que Miguel Albuquerque e José António Garcês não podem afirmar que as obras irão se iniciar em janeiro de 2022. “Ambos estão a enganar a população de São Vicente com mentiras, pois bem sabem que não podem extrapolar a Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural, nem as regras internacionais atribuídas pela UNESCO para esta classificação da Laurissilva”, sustenta.
Tal como frisa a candidata do PS, “a estrada das Ginjas não avançará enquanto o Governo Regional não cumprir com as normas internacionais”.