Victor Freitas, deputado do Partido Socialista à Assembleia Legislativa da Madeira, alertou hoje para a necessidade de o Governo Regional repensar algumas das políticas ambientais seguidas e que tem em vista implementar, para não colocar em causa os recursos naturais que são a imagem de marca da Região.
O socialista, que esta tarde foi o orador convidado no âmbito de uma iniciativa da ‘Academia PS’, na Calheta, considerou que “seria avisado” que o Executivo liderado por Miguel Albuquerque “repensasse a lógica de predação dos recursos naturais, para não matar a galinha dos ovos de ouro que é a nossa natureza e que é o suporte para o nosso turismo”. “Jaulas de aquacultura em zonas vocacionadas para o turismo, betonização da Laurissilva ou teleféricos que ferem a paisagem deviam ser melhor discutidos para não se cometerem erros irreversíveis. Não podemos ter uma lógica predadora dos recursos, sob pena de os destruirmos a curto prazo”, advertiu.
A sessão desta tarde, que contou igualmente com a presença de Sérgio Gonçalves, presidente do PS Madeira, foi subordinada à temática da Carta de Princípios do PS, documento que consubstancia uma série de princípios que definem o ‘bilhete de identidade’ do PS português e que foi aprovado em janeiro de 2003, tendo como principal obreiro Augusto Santos Silva, atual presidente da Assembleia da República.
Na ocasião, Victor Freitas afirmou que “não há social-democracia de direita” e que os sociais-democratas fazem parte da família Socialista, bem como os Trabalhistas. “Estas palavras podem chocar os menos atentos, mas fazem parte da família do PS os sociais-democratas. É por isso que, na Europa, o PS está no grupo dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu. Já o PSD, tendo o nome que tem, está no grupo do PPE, junto com o CDS-PP, agrupamento esse que não tem sociais-democratas. Portanto, toda a gente sabe que os sociais-democratas verdadeiros, e não de nome, estão no PS”, explanou.
O parlamentar, que é também vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, manifestou a sua satisfação por a família política do PS estar novamente a crescer na Europa, assinalando o facto de, além de Portugal, governar também em Espanha, na Dinamarca, na Finlândia, em Malta, na Suécia e agora também na Alemanha, com o SPD.
Victor Freitas disse, aliás, que na Madeira governou-se à esquerda até ao final da década de 90. Lembrou, a propósito, que o próprio ex-presidente do Governo Regional confessou que fazia um discurso à direita e governava à esquerda. O preletor esclareceu que, na Região, no século XX, estava tudo por fazer, sendo que foi graças aos meios disponibilizados pela República e pela União Europeia que houve uma aposta na Saúde, na Educação, na infraestruturação das redes viárias e na Habitação Social. Pelo contrário, a partir de 2000, “a lógica foi a de manutenção do poder sem qualquer adequação à realidade e sem estratégia de desenvolvimento”, tendo sido por isso que se “criou a dívida colossal que levou a que tenhamos os impostos mais altos do país e que transformou a Madeira numa das regiões mais pobres de Portugal”.