O preletor abordou a questão do despovoamento e do abandono das terras e deu o exemplo de algumas medidas que têm vindo a ser implementadas noutros pontos para combater esta situação. Na sua ótica, a diversificação da economia rural é um dos caminhos, assim como apoiar mais a agricultura, numa lógica de também a diversificar. «Quando falamos de agricultura estamos também a falar de produção animal, de silvo-pastorícia, de floresta, portanto de todo um conjunto de atividades que possam dinamizar e tornar mais viva a economia rural», explicou.
Por outro lado, Artur Cristóvão considerou que, sendo o turismo uma realidade extremamente importante na Madeira, há que procurar construir uma «interpenetração entre aquilo que são os territórios rurais e as atividades turísticas» e frisou que a relação entre os espaços urbanos e os espaços rurais é hoje extremamente importante.
Outro orador convidado foi o geólogo Jaime Izquierdo Vallina, que salientou que para combater esta situação do despovoamento e do êxodo rural «o mais importante é mudar a forma de pensar». «A sociedade agora é pós-industrial, globalizada, com outras perspetivas. Mas as ferramentas com que queremos construir o futuro são as ferramentas do passado. É importante mudar a forma de pensar», advertiu.
Jaime Izquierdo Vallina esclareceu que a aldeia do futuro não vai ser a aldeia do passado, nem, tão pouco, a do presente, que está abandonada e não tem gente que trabalhe. No seu entender, há que pensar numa forma de trabalho que tem que ver com a cooperação, porque «não há soluções individuais para a aldeia».