Numa altura em que, tanto o Governo nacional como o regional, preparam e anunciam pacotes de medidas de apoio à economia, para fazer face às consequências da pandemia do Covid-19, o socialista lembra que a Madeira é uma região ultraperiférica com constrangimentos estruturais, pelo que qualquer abordagem de estímulos exige ter em conta esta condição.
Num comentário antes de o presidente do Governo Regional apresentar medidas de cariz económico, Carlos Pereira considera que «qualquer plano de apoio à economia regional deve ser desenhado e apresentado depois de conhecer o plano nacional de apoios», como o primeiro-ministro, António Costa, fez ontem. «A Região deve complementar as medidas nacionais com reforços dos estímulos, adaptados à realidade regional e ao nosso padrão produtivo», aponta.
No entender do parlamentar madeirense, não faz sentido «canibalizar medidas» (fazendo o mesmo que Lisboa faz e que os nossos empresários já têm acesso) e faz ainda menos sentido não aproveitar totalmente as medidas nacionais financiadas pelo Orçamento do Estado.
«Este é o momento da afirmação da nossa capacidade de acrescentar medidas, valor, meios e sentido estratégico e social a um verdadeiro programa de estímulos regionais perante esta crise», salienta Carlos Pereira, vincando que o programa deve conter medidas de curto prazo complementares com as medidas nacionais de proteção da nossa economia e, não menos importante, de médio e longo prazo, «capazes de puxar para cima e estabilizar os diferentes setores da nossa frágil economia depois da crise». Na sua ótica, é preciso mobilizar meios, colocar as preocupações de défice em segundo plano (curto prazo) e envolver os recursos europeus. O parlamentar sustenta, aliás, que a Região deve estar liberta para, por exemplo, poder recorrer a meios financeiros externos para injetar dinheiro na economia.
Por outro lado, o deputado socialista entende que é importante simplificar todo este processo e alerta para que «não estraguem boas medidas com um calvário para as implementar». Carlos Pereira defende ainda a criação de um grupo extraordinário na administração pública, «motivado e multidisciplinar», para dar respostas. «A travagem da economia ocorrerá, mas devemos ser capazes de minimizar esses efeitos», afirma, rematando que este é um dever de todos.