O cabeça de lista do Partido Socialista-Madeira às eleições para a Assembleia da República considerou, hoje, prioritária a criação de condições para que o Aeroporto do Porto Santo possa ser um aeroporto de contingência do arquipélago da Madeira.
No âmbito da visita que a candidatura do PS está a efetuar à “ilha dourada”, Carlos Pereira afirmou que esta é uma questão que deve ser resolvida nesta próxima legislatura, de modo a que seja possível minimizar as consequências para as pessoas, para o turismo e para a economia quando o aeroporto da Madeira não oferece condições de operacionalidade devido ao mau tempo.
Neste âmbito, o candidato considerou que é preciso intervir em três vertentes. Por um lado, há que melhorar a placa de estacionamento para os aviões. Tal como referiu, esta não é suficiente, «porque, se estivermos perante um dia de voos charter e muito movimento no Aeroporto da Madeira, precisamos de ter espaço». Em segundo lugar, disse que é necessário encontrar uma solução para uma ligação marítima rápida entre a Madeira e o Porto Santo. Por último, defende um melhoramento da gare do Porto Santo.
«Este projeto trará uma centralidade nova ao Porto Santo e resolve um problema significativo da Madeira. Não vejo outra solução que não seja esta de transformar, do ponto de vista formal, o aeroporto do Porto Santo num aeroporto de contingência», vincou.
Voo direto entre o Continente e o Porto Santo
Por outro lado, Carlos Pereira abordou a questão da ligação aérea entre o Porto Santo e o Continente, defendendo a retoma daquilo que se verificava antes da pandemia, designadamente um voo direto, mas por um período mais alargado. «É preciso equacionar isso numa articulação com a tutela nacional, para garantir que uma companhia aérea como a TAP possa disponibilizar esse voo», declarou, considerando que o défice dessa ligação deve ser assumido pelo Estado.
Ilha não pode continuar isolada em janeiro
A um outro nível, o candidato do PS considerou não ser razoável que o Porto Santo continue isolado no mês de janeiro devido à interrupção da ligação marítima, ficando apenas com «meia dúzia de viagens». Segundo afirmou, esta situação torna a vida dos residentes ainda mais difícil do que já é no seu dia a dia, com constrangimentos para aquelas pessoas que, por exemplo, precisam de ir ao médico à Madeira e têm de adiar as consultas por não terem lugar no avião.
«Tão importante como nós podermos apressar a ideia de um voo direto, nós temos de resolver coisas básicas na ligação à ilha da Madeira, porque a integração da sociedade porto-santense é muito maior com a ilha da Madeira do que é com o continente e com Lisboa», sustentou, lembrando que a resolução desse problema da falta de ligações permanentes entre a Madeira e o Porto Santo é da responsabilidade do Governo Regional que tem um contrato de concessão com uma ligação marítima e «não pode pura e simplesmente violar o princípio que está previsto nesse contrato, que é ter ligações permanentes e garantir que os porto-santenses não estão isolados».