“Tenho um grande respeito por pessoas que estão neste momento na oposição e que estão a fazer um esforço grande para se constituírem como alternativa política, porque acho que a Democracia precisa sempre de alternativas, quer aqui na Madeira, quer no espaço nacional”, afirmou o presidente do Conselho Económico e Social (CES).
Francisco Assis, que foi um dos oradores convidados da IV Convenção dos Estados Gerais do Partido Socialista-Madeira, considerou ser importante que haja a possibilidade de escolher, de forma clara, entre uma solução ou outra, mas entre “alternativas dentro do espaço democrático, porque, se falham as alternativas democráticas, evidentemente surgem as alternativas extremistas”.
Deu conta, por isso, da preocupação que tem tido em contrariar qualquer tentativa de demonização das alternativas democráticas que existem no País ao Governo da República e na Madeira ao Governo Regional.
“É preciso sempre valorizar muito as alternativas democráticas que existem aqui na Madeira, e felizmente existem, fazem um bom trabalho e estão empenhadas”, disse o responsável, apontando esta iniciativa promovida pelo PS-M como um exemplo disso mesmo.
Por outro lado, o presidente do CES abordou a situação económica e social do País, salientando o crescimento que a economia tem vindo a registar. Como referiu, entre 2000 e 2020 Portugal teve um crescimento “bastante baixo, muito aquém das nossas expetativas”, mas, nos últimos tempos, “há indícios de que estamos a ter um ritmo de crescimento maior”. Mesmo assim, adiantou que um dos problemas que afetam o nosso crescimento é a produtividade, que está abaixo da média europeia.
“Passámos 30 anos a discutir se a ciência era ciência”
Por seu turno, Bernardo Ivo Cruz focou a necessidade de uma resposta integrada que conjugue o crescimento económico com preocupações de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.
O secretário de Estado da Internacionalização retratou a evolução das condições económicas no século XXI e o debate sobre as alterações climáticas, aludindo à resposta que foi acordada pela União Europeia de reequilibrar, até 2050, as emissões de gases de estufa. Indicou que é obrigatória uma “transformação profunda da nossa economia, na forma de fazer negócio e de criar riqueza”.
Na sua opinião, o aumento de consciencialização sobre a temática resultou em cinco impactos, desde a própria ciência, a alterações legislativas, ao acesso a financiamento a projetos que se exigem serem sustentáveis, as opções dos consumidores e a capacidade de retenção dos trabalhadores e do talento. Bernardo Ivo Cruz garantiu ainda que o Governo da República irá criar, até 2027, um mecanismo para apoiar as PME’s a se adaptarem a esta nova realidade marcada pela sustentabilidade empresarial e a responsabilidade social.