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Estratégia para o Turismo deve assentar no valor e não apenas no volume

No debate que fechou a IV Convenção dos Estados Gerais do PS-Madeira, Sérgio Gonçalves abordou a realidade atual do turismo na Região, setor que nos últimos tempos tem sofrido diversos constrangimentos, relacionados com a sobrecarga dos percursos pedestres, acampamentos selvagens e acidentes.

Perante este cenário, a que se junta a precariedade laboral que continua a afetar os trabalhadores do setor, o líder socialista defendeu uma mudança de estratégia, a qual, no seu entender, deve ser “de valor e não de volume”.

No período de perguntas, o líder socialista voltou a alertar que “o turismo tem períodos de crescimento bons, mas curtos e que criam problemas de sobrecarga como aqueles que vivemos atualmente”, mas também períodos maus que são mais longos, sendo por isso obrigatório diversificar a economia para garantir mais oportunidades e estabilidade aos madeirenses.

Sérgio Gonçalves considerou ainda que “tudo o que pode ser construído pela mão humana pode ser replicado por outros destinos”, razão pela qual “temos de valorizar aquilo que é natural, o nosso ambiente e o que a natureza nos deu e que por vezes esquecemos”.

“O mar não é só pescas”

Para Mónica Rocha, o futuro do desenvolvimento económico passará por aliar o setor público ao privado e envolver a academia científica para criar projetos sustentáveis que combatam, entre outros, o lixo marinho, o desperdício alimentar ou a utilização dos combustíveis fósseis, tendo em conta a necessidade de encontrar soluções perante a crise ambiental que o mundo enfrenta.

Desafiada pelo moderador Élvio Camacho, que disse “sentir que não existe na Região uma verdadeira aposta na economia do mar”, a consultora de projetos, natural dos Açores, deu o seu próprio exemplo, o projeto Azores Ecoblue, que visa transformar lixo marinho numa fibra para ser utilizada na área têxtil, lembrando que “o mar não é só pescas e é possível fazer negócio com benefícios ambientais”.

Da Madeira para o mundo

“A ACIN já tem clientes por todo o mundo, atua da Ribeira Brava para o mundo”, constatou, por seu lado, Sofia Meneses. A empresa conta com 400 colaboradores e mais de 200 mil clientes a nível global, com produtos e serviços tecnológicos.

A diretora de desenvolvimento aplicacional da ACIN refere que a carga fiscal cria problemas de contratação e manutenção dos seus funcionários, já que os trabalhadores madeirenses, que destacou terem elevada qualidade, são constantemente bombardeados com propostas muito aliciantes por empresas estrangeiras que não são suportáveis na realidade regional.

Neste âmbito, Francisco Assis lembrou que, ainda em outubro do ano passado, a nível nacional, foi possível chegar a um acordo de concertação social que permitirá reforçar a competitividade e aumentar o rendimento dos trabalhadores.