InícioAtualidadeInfância e juventude a debate em mais uns Estados Gerais

Infância e juventude a debate em mais uns Estados Gerais

Paulo Cafôfo abriu as hostilidades destacando a abertura do partido à sociedade civil salientando que é preciso “envolver as pessoas nas soluções que têm de ser dadas para os problemas da Região”.

Quanto ao tema do encontro o candidato chamou a atenção para a necessidade de aferir riscos e respostas para uma situação que já não é novidade. “O mundo em que vivemos é um mundo em transformação. Nós temos mudanças sociais, laborais, familiares, tecnológicas. As crianças hoje em dia vivem num mundo complexo em que a família, a escola e as estruturas de saúde têm de dar respostas àquilo que são os desafios e os riscos que estas crianças e estes jovens enfrentam”, afirmou Paulo Cafôfo.

Paula Duarte, coordenadora do Instituto de Apoio à Criança em Coimbra, e uma das oradoras convidadas, afirmou que esta é uma problemática que diz respeito não só ao Estado como também a toda a sociedade uma vez que é uma responsabilidade de todos.

“Apesar de muitos avanços que já ocorreram, mesmo em termos legislativos e também no âmbito da prevenção e da consciencialização da comunidade sobre estas questões [da violência], ainda há muito caminho a fazer”.

Já João Pedro Gaspar, mentor e coordenador da Plataforma de Apoio a Jovens (Ex)acolhidos e professor de Psicologia da Educação na Universidade de Coimbra, considerou que ser um adolescente em risco é uma situação preocupante e com consequência ao longo da vida.

“Temos muitos casos de adolescentes que são fruto de famílias que se vão desestruturando e depois isso reflete-se no dia-a-dia deles, nas escolas e nas ruas”, disse.

A coordenadora da área do Desenvolvimento Social dos Estados Gerais, Sofia Canha, defendeu que as respostas devem ser profundas e devem intervir mais na área de prevenção dos riscos.

“Há, de facto, que repensar os modelos de intervenção, em conjunto, e mobilizar esforços para uma ação mais eficiente e abrangente, investindo nos recursos humanos e na criação de equipas locais, atribuindo-lhes mais ferramentas e espaço de ação. Urge repensar qual o papel das escolas e das estruturas concelhias de cuidados de saúde primários na promoção da inclusão plena das crianças e jovens na sociedade, garantindo, a ambas, as ferramentas necessárias para essa missão”, defendeu.

A iniciativa contou ainda com a participação de Patrícia Carvalho, presidente da CPCJ do Funchal, Orlando Freitas, polícia, Filipa Luís, psicóloga, da direção do Abrigo Nossa Senhora de Fátima da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, e Anísia Pestana, psicóloga e diretora técnica da Casa de Acolhimento Residencial Fundação Cecília Zino.