Na ocasião, o candidato socialista afirmou que, no projeto que tem para a Região, «estamos com uma aposta muito forte na Educação». «O nosso valor enquanto Região são as pessoas, e quanto mais qualificadas forem, melhor emprego terão, melhores rendimentos também irão auferir e isso tem um efeito positivo na qualidade de vida, mas também na economia da Região», referiu Paulo Cafôfo.
O candidato deu conta que existem problemas no que diz respeito à qualificação dos cidadãos, revelando que temos das mais altas taxas de analfabetismo e também 26% de abstentismo ou abandono escolar, números que têm de ser combatidos. Prosseguiu referindo que temos «um excelente corpo docente» e aproveitou para deixar a garantia a todos os professores relativamente à progressão na carreira.
Cafôfo constatou que há uma grande desconfiança por vezes em relação ao trabalho do professor e que se «pede provas de tudo e mais alguma coisa», o que significa que a função docente é uma função muito burocrática. Por isso, salientou que «temos de ter um simplex na educação, confiando no trabalho dos professores, simplificando aquilo que é a sua tarefa, porque os professores, mais do que funcionários administrativos, são intelectuais, são pedagogos e, portanto, é como pedagogos que devem exercer esta sua missão».
Por outro lado, o candidato a presidente do Governo Regional defendeu a gratuitidade no ensino obrigatório, uma matéria com a qual se comprometeu. «O ensino obrigatório tem de ser gratuito, seja na questão dos manuais, dos transportes e da alimentação, porque se hoje em dia a escola está aberta a todos e todos têm acesso à escola, nem todos têm acesso ao sucesso em condições de igualdade», sublinhou, lembrando que no que diz respeito aos alunos que vêm dos estratos da população com maiores dificuldades socioeconómicas, os resultados escolares também têm essa correspondência e estão interligados. Portanto, frisou, «nós temos de dar as condições às famílias», para que os filhos das famílias mais desfavorecidas tenham condições de igualdade para terem sucesso. «É por isso que a nossa aposta na gratuitidade do ensino será uma realidade no governo desta Região, quando o PS assumir esse mesmo governo a partir de setembro», rematou.
Por seu turno, Rui Caetano, que está a coordenar o programa do PS para a área da Educação, explicou que o objetivo desta iniciativa foi recolher as propostas e ideias dos professores e dos agentes da educação, «que neste momento têm experiência, conhecimento e as ideias já formadas sobre aquilo que se deve fazer para ter uma escola diferente, uma escola que promova o sucesso escolar e a melhoria das aprendizagens». Um contributo que se junta àqueles que têm vindo a ser recolhidos nos Estados Gerais e noutras iniciativas que o partido tem levado a efeito, com vista à elaboração do programa de Governo nesta área.
Segundo o coordenador da área da Educação, uma das linhas estratégicas prende-se com «a necessidade de nós termos um novo modelo educativo para a Região Autónoma da Madeira, não apenas nas palavras, mas sim no concreto, seja do ponto de vista da organização, do ponto de vista pedagógico e do ponto de vista das aprendizagens». «Para conseguirmos em conjunto combater o absentismo e o insucesso escolar, nós cremos – e é isso que o nosso programa irá veicular – que é preciso ter um pensamento abrangente e geral, com todos», vincou Rui Caetano.