Considerando que há momentos em que, perante a avaliação e a experiência vivida, é preciso dar mais um passo, o parlamentar madeirense afirma que existem muitas matérias que se relacionam com o Estado que necessitam de uma «posição inequívoca das regiões, mas não necessariamente intransigente ou inegociável».
Carlos Pereira considera fundamental uma defesa firme dos interesses das regiões, com inteligência política e capacidade negocial, mas mostra-se contra uma «brigaria insana». «Também não defendo que se politize tudo o que mexe na Assembleia da República, como se o ato de propor, independentemente de saber (e mais importante construir) as condições de aprovar, seja sempre o caminho certo», refere o deputado, esclarecendo que «não é mau propor», mas «pode ser péssimo, se propor se limita à criação de condições para propagar e politizar, nunca para resolver».
Porque a sua experiência lhe tem mostrado que «nem sempre se propõe com intenção de resolver, Carlos Pereira frisa que é preciso uma estratégia e que é necessário «criar um mecanismo intermédio – entre governos e políticos – para trabalhar os dossiês regionais que dependem do Estado, promovendo soluções e trabalhando por elas, onde elas são efetivamente construídas». Isto porque, constata, há um labirinto de técnicos, assessores e chefias por onde tudo passa, sendo que nem governantes, nem políticos de outra esfera chegam a esses meandros na altura certa e na perspetiva adequada. «As soluções finais serão sempre políticas, mas o ruído da indubitável politização serão minimizados e os resultados serão bastante mais favoráveis», preconiza o parlamentar.