Sérgio Gonçalves assegurou, hoje, que o Partido Socialista irá até às últimas consequências para garantir o apuramento da verdade e esclarecer os madeirenses no âmbito da comissão de inquérito às “obras inventadas” e aos favorecimentos do Governo Regional a grupos económicos.
Em conferência de imprensa, o presidente do PS-Madeira constatou o facto de Sérgio Marques, na audição, ter dito que não retirava nada às declarações que havia proferido ao Diário de Notícias de Lisboa, o que “cria um grande incómodo” ao Governo Regional e à maioria PSD-CDS, que “continua a bloquear os trabalhos” da comissão de inquérito. O líder socialista criticou o facto de o PSD e o CDS não quererem ouvir ninguém, o que denota uma “falta de transparência e uma opacidade em tudo aquilo que envolve a atuação do atual Governo Regional”.
Sérgio Gonçalves deu conta que na reunião da comissão ocorrida esta manhã o PS apresentou um requerimento com uma lista de personalidades para serem ouvidas – Miguel de Sousa, Paulo Prada, Jaime Ramos, João Guilherme Canas da Costa, José Prada, Francisco Costa, Pedro Calado, Dionísio Pestana, Eduardo Jesus e Alberto João Jardim (sendo que este último até se disponibilizou para prestar depoimentos) – mas, uma vez mais, “tal como fez desde o início dos trabalhos desta comissão de inquérito, a maioria PSD-CDS votou contra a vinda destas pessoas”.
Conforme referiu, as únicas quatro pessoas que foram inquiridas foram-no ao abrigo de direitos potestativos do PS e do PCP, “caso contrário não ouvíamos ninguém, o que demonstra claramente esta tentativa de bloquear os trabalhos” e de evitar que os madeirenses conheçam a verdade. O líder socialista lembrou que, já numa reunião anterior, o PS tinha também solicitado o regresso de Luís Miguel de Sousa (que havia se mostrado disponível para dar os esclarecimentos adicionais que fossem necessários), o que poderia “ajudar a esclarecer muitas das questões que até têm sido levantadas relativamente a mim e que o PSD não questionou, porque sabe que continua a repetir mentiras e não quis ouvir as respostas de quem as tinha”.
Sérgio Gonçalves adiantou também que as Secretarias Regionais do Turismo e Cultura, do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas e da Educação, Ciência e Tecnologia ainda não entregaram à comissão os documentos solicitados pelo PS ao abrigo do seu direito potestativo, pelo que o partido entregou hoje um requerimento a exigir essa resposta. Lembrou, aliás, que, ao abrigo do regime jurídico dos inquéritos parlamentares da ALRAM, o não cumprimento de ordens de uma comissão de inquérito no exercício das suas funções é punível como crime de desobediência nos termos da lei geral.
“Nós aguardamos que estas respostas sejam enviadas à comissão de inquérito e iremos até às últimas consequências para apurar a verdade e para esclarecer os madeirenses. Percebemos o incómodo do Governo Regional e da maioria PSD-CDS, mas Sérgio Marques, efetivamente, na segunda-feira disse que não retirava absolutamente nada àquilo que tinha dito e é muito importante que os madeirenses saibam a verdade e que estes trabalhos não sejam bloqueados permanentemente pelo PSD e pelo CDS”, rematou.