O presidente do Partido Socialista Madeira defendeu hoje a implementação de tempos máximos de resposta garantidos para resolver o crescente problema das listas de espera na Saúde na Região e considerou ser necessário introduzir critérios de transparência no setor.
Em conferência de imprensa realizada junto às obras de construção do novo Hospital, Sérgio Gonçalves mostrou-se preocupado com o estado da Saúde na Madeira, dando conta que os atos médicos em lista de espera mais do que duplicaram desde 2015. “Miguel Albuquerque, em 2015, prometeu acabar com a situação das listas de espera numa legislatura. Não o fez, assim como também não fez nesta segunda legislatura, sendo que os números, efetivamente, duplicaram e a situação está a tornar-se insustentável para aqueles que querem aceder ao Serviço Regional de Saúde”, afirmou.
O líder dos socialistas madeirenses referiu que este não é um problema relacionado com os profissionais de saúde, já que “temos excelentes profissionais de saúde na Região”, e que não é algo que se vá resolver com a construção da nova infraestrutura hospitalar, comparticipada a 50% pelo Governo da República. Conforme explicou, esta situação deve-se essencialmente a problemas de gestão, de coordenação e de planeamento do Serviço Regional de Saúde, sendo que a responsabilidade é do Governo Regional e do secretário da tutela.
“Nós entendemos que é necessário introduzir medidas de transparência no setor e ter acesso aos números, para que se possa fazer o escrutínio da situação, mas também para que os doentes possam saber qual é o seu lugar nas listas de espera e qual é o tempo estimado para resolverem o problema que os leva a estarem nessa mesma lista”, sublinhou.
Reportando-se a notícias recentes que indicam que mais de metade das cirurgias na Região são realizadas fora de tempo, Sérgio Gonçalves lembrou que o PS há muito que vem defendendo a implementação de tempos máximos de resposta garantidos que permitam às pessoas terem conhecimento dos prazos em que podem ser atendidas e em que os atos médicos podem ser realizados. Mas constatou que, ao contrário do que acontece no resto do País, o Executivo madeirense não implementa esta medida e “esconde os números e as estatísticas”. “Aqueles [números] que vêm a público, ou porque são quase arrancados a ferros do Governo Regional, ou são divulgados nos relatórios do SESARAM, indicam exatamente o contrário daquilo que o Governo Regional diz”, fez notar o líder socialista, reforçando a necessidade de uma maior transparência do sistema.
“Para um Governo que diz que nunca investiu tanto, quer em termos financeiros, quer em recursos humanos, na Saúde da Região, é efetivamente necessário começar a apresentar resultados e a resolver os problemas, e não duplicar as listas de espera no prazo de duas legislaturas”, finalizou Sérgio Gonçalves.