“Retrocesso democrático revelador da vontade do PSD em amordaçar a liberdade e o pluralismo democrático conquistado por Abril”. É desta forma que Andreia Caetano, líder do Grupo Municipal do PS Funchal classifica a decisão do executivo liderado por Pedro Calado de não dar voz aos partidos da oposição nas cerimónias oficiais do 25 de Abril da Câmara Municipal, contrariando a prática que vinha desde que Paulo Cafôfo assumiu a presidência, em 2013.
Andreia Caetano considera que esta postura subverte os ideais de Abril, em que o país e a Região conquistaram voz e pluralidade democrática. “É um andar para trás, para o tempo de práticas pouco recomendáveis e nada memoráveis em sociedades democráticas em que se tenta, por todas as formas, evitar dar voz a todos os partidos. Não acredito que os funchalenses se revejam nesta postura”.
Para a líder do PS Funchal esta atitude merece a mais forte condenação do PS Madeira. Adiantando que é um “péssimo exemplo aquele que a Câmara Municipal do Funchal dá aos cidadãos e em particular aos jovens, quando as instituições democraticamente eleitas em processos livres, nascidos de Abril, deveriam ser as primeiras a dar exemplo de exercício da cidadania e de democracia”.
Andreia Caetano conclui que “Pedro Calado e o PSD não gostam dos ideais de Abril e da democracia, optando diariamente por exercícios autocráticos de governar a cidade”.
Recorde-se que, enquanto Paulo Cafôfo e depois Miguel Silva Gouveia estiveram na presidência da Câmara, o Funchal celebrou o 25 de Abril com as maiores honras da cidade, dando a todos os partidos com assento na Assembleia Municipal a palavra para discursarem no âmbito das cerimónias. Então um marco na história do Funchal e mesmo da Região Autónoma da Madeira, onde apenas em Machico se comemorava esta efeméride com maiores preceitos.