Volvidos que estão mais de 6 meses sobre a eleição do novo Governo do PSD ressalta da sua acção uma ideia de demarcação face à governação jardinista que culminou, também ela, com um plano de resgate que só terminará no final deste ano, porque o Governo assim quis e porque a dívida oculta, por ele gerada, superior a 6000 milhões de euros, assim o impôs.
Na verdade o PSD de Albuquerque tem fugido do PSD de Jardim como o diabo da cruz. Nessa ânsia de renegar o passado assumiu um caderno de encargos que não tem conseguido concretizar, umas vezes por inabilidade, outras por incompetência.
Prometeram um avião de carga, logo a seguir a terem sido eleitos, mas a solução prometida tem vindo a sofrer sucessivos adiamentos sob as mais fantásticas desculpas.
Prometeram o ferry para o continente, anunciaram vários interessados, mas a solução tarda em aparecer. O avião não voa e o barco está varado.
Estes são dois instrumentos reconhecidamente importantes para a frágil economia da Região que tarda em emergir das cinzas resultantes dos últimos 40 anos de fogo do PSD e da sua governação desastrada que transformou a nossa economia numa enorme bolha que quando rebentou mandou para o desemprego e para a falência milhares de pessoas e centenas de empresas e para a emigração centenas de conterrâneos nossos.
Entre esses emigrantes forçados estão também os enfermeiros que tanta falta fazem ao sistema regional de saúde, setor que tarda em encontrar o seu caminho e ao qual apenas se exige que assista condignamente os seus utentes.
Num Hospital em que falta quase tudo, num hospital que esteve para ser novo mas que tem vindo a ser sucessivamente remendado e que vai crescendo sem sentido estratégico, apenas o brio dos profissionais de saúde e outros tem ajudado a mitigar as más decisões que os secretários regionais e as administrações têm vindo a tomar, empenho que tem vindo a ser retribuído com despedimentos.
Temos um Governo que está fechado sobre si próprio, que vê a realidade através de uns óculos de sol, quando o que precisavam era de uns óculos graduados que ajudassem a focar a realidade que não querem ver, aquela que é afinal a realidade dos madeirenses e porto-santenses, uma realidade de trabalho e de sacrifícios marcada por cortes nos ordenados e nas pensões e pela perda de direitos constitucionalmente consagrados.
Resta-nos, pois, continuarmos à espera do avião de carga, continuarmos à espera do barco, continuarmos à espera que se entendam quanto à eficiência do subsídio à mobilidade, continuarmos à espera da renegociação dos juros da dívida e continuarmos até à espera que o Governo desencalhe.