Mais do que as sondagens, o candidato acredita que vai ter o voto de confiança das pessoas que, cada vez mais, demonstram “uma grande vontade de mudança de poder na Região”. Cafôfo voltou a realçar a necessidade de ter uma nova série de políticas que incluam a sociedade civil e que é o facto de ser focado nas pessoas que torna o projeto que está a encabeçar vencedor. Quebrar com um modelo de geração de divida, que tem sido o mesmo desde sempre, e construir um projeto elaborado por todos aqueles que querem colaborar com o partido, como comprovado pelos Estados Gerais, é o caminho delineado pelo PS-M para alterar o rumo político da Região.
Nas críticas ao Governo Regional, Cafôfo aponta a falta de proatividade como uma das grandes falhas do executivo. Deu o exemplo do novo hospital da Madeira e falou na questão da mobilidade. A constante dependência das ligações, marítimas e aéreas, com o exterior é uma realidade que tem de ser acautelada pelo Governo, que tem a responsabilidade de as solucionar. Para Paulo Cafôfo, o Governo da República tudo tem feito para garantir o que lhe compete – a continuidade territorial -, relembrando que o atual modelo de mobilidade foi tratado durante o Governo de Passos Coelho, tendo começado com um plafond de 11 milhões e já vai em 33M€.
Em termos de mobilidade considera faltarem propostas. Não só relativamente ao subsídio de mobilidade como também a questão marítima, que tem de ser solucionada. Recordando que existe abertura por parte da Ministra do Mar para que tal aconteça, o candidato afirmou que sob a sua alçada isso acontecerá. Mencionou ainda a linha do ferry que considera ter de ser uma operação sustentável a médio prazo, que não pode ser vista a três meses. Durante a entrevista não foram também esquecidos temas como as ligações ao Porto Santo e o contrato com a Binter, que tem de ser cumprido e não está a ser.
Questionado sobre se não se veria obrigado a continuar com o uso do discurso da autonomia, Paulo Cafôfo afirmou que a defesa da autonomia se faz pelo desenvolvimento da Madeira, de forma responsável. Defende que a autonomia não pode ser entendida como uma arma de arremesso político e que, atualmente, o PSD usa-a para defender o próprio partido, para não perder o poder e para o PS e ele próprio não ganharem as eleições. Para Cafôfo, a autonomia foi criada para resolver problemas e não para criar outros. Acredita que a região precisa da República, mas o destino da Madeira tem de estar nas nossas mãos e isso depende só dos madeirenses e portosantenses.
Paulo Cafôfo deixou ainda duras críticas a Miguel Albuquerque, acusando-o de mudar aquela que foi a sua estratégia aquando das últimas eleições regionais, onde garantiu que a sua candidatura seria uma quebra com o passado. Cafôfo lamentou depois de se ter aproveitado do facto de Alberto João Jardim não se ter recandidatado para dar a ideia de que que a alternativa estava dentro do PSD e agora ter recuperado não só o líder histórico do PSD como tudo aquilo que criticou quando se candidatou.