Paulo Cafôfo, que foi o último a discursar, disse mesmo que no próximo ano não vamos ter uma surpresa. «Nós vamos ter uma certeza, porque vamos ganhar as eleições em 2019», afirmou.
O candidato socialista não deixou de apontar críticas ao atual Executivo e ao PSD. Começando por referir que «há uma diferença entre popularidade e populismo», adiantou que aquilo que parece «é que o PSD agora é que se lembrou das pessoas», pois «apresenta no final do mandato medidas populistas, porque têm a única finalidade de um Governo, que está a trabalhar para o partido – o PSD –, poder ganhar as eleições». Tal como afirmou, «não são medidas que têm como real objetivo satisfazer e contribuir para a melhoria da vida das pessoas». «Simplesmente lembraram-se que têm de ganhar eleições e é agora, só neste momento, que estão a trabalhar para isso, enquanto nós estamos a trabalhar desde o primeiro momento pelas pessoas e não nos esquecemos disso», vincou.
A um outro nível, Paulo Cafôfo destacou o papel dos autarcas, os quais classificou como agentes do progresso. Aliás, salientou que a força do poder local na Madeira deve-se ao PS e lembrou que, antes de 2013 (ano da afirmação do PS enquanto poder, através da vitória nas autarquias e juntas de freguesia) «o poder local era um poder raptado pelo Governo Regional». «Havia um poder local amordaçado. Não havia autonomia do poder local. As câmaras e as juntas eram controladas politicamente, eram subservientes ao Governo Regional, eram destituídas de autonomia e de recursos e, ao fim e ao cabo, eram repartições menores da administração regional», adiantou, acrescentando que isso hoje acabou e que tal se deve ao Partido Socialista e às suas vitórias.
Paulo Cafôfo sublinhou também que o PS deve ao poder local a sua força. «Não somos poder regional, mas somos poder local. E o PS está na linha da frente do desenvolvimento desta Região, através das suas câmaras, das suas juntas, ou através dos autarcas que, estando na oposição, fazem a diferença e fazem a pressão necessária para que políticas positivas pelas pessoas sejam desenvolvidas».
Por outro lado, o igualmente presidente da Câmara Municipal do Funchal aproveitou também para criticar o facto de o Governo Regional não assinar contratos-programa com as autarquias que não sejam da mesma cor política. «Infelizmente, há na Região uns municípios que são filhos e outros que são enteados», constatou, acrescentando que «não podemos ser autonomistas só relativamente a Lisboa e não sermos autonomistas relativamente às câmaras que são do PS». Por isso, deixou um desafio ao PSD: «Definam-se! Ou são autonomistas ou não são autonomistas». «A verdade é que nenhuma câmara do PS tem contratos-programa com o Governo Regional».
A pensar em 2019, Cafôfo adiantou ainda que «com a experiência que temos, com os valores do PS e os valores que temos desenvolvido nas nossas câmaras e juntas de freguesia, com as prioridades estratégicas que aqui já foram faladas, vamos apresentar um programa de Governo que esteja à altura dos desafios da Região».
«As nossas autarquias e os nossos autarcas são a prova de que é possível fazer melhor. Onde governamos, nós governamos melhor», vincou, acrescentando que «só com confiança e determinação é que podemos juntos mudar esta Região». «Estamos juntos neste percurso e é por isso que, em 2019, iremos dar uma grande vitória, mais do que ao Partido Socialista, a todos os madeirenses e porto-santenses», rematou.
Pelo mesmo diapasão afinou o presidente do PS-Madeira, que apontou a coligação que o partido quer fazer com a sociedade civil, coligação essa que «será, com certeza, vencedora com Paulo Cafôfo como nosso candidato a presidente do Governo Regional».
Emanuel Câmara não escondeu a «satisfação enorme em ser presidente» do PS-M e antevê que daqui a um ano esta será ainda maior. E porque as provocações «só nos dão mais força», disse desde já que «estão todos convidados para, no Porto Moniz, repetirmos o record do Guinness e fazermos um grande arroz de lapas para comemorar a vitória» nas eleições regionais.
Por outro lado, o também presidente da Câmara do Porto Moniz aproveitou para lançar farpas ao Governo Regional, dizendo que muitas das medidas que são agora apresentadas já são seguidas pelas autarquias socialistas, nomeadamente por aquela que dirige. «O PS não defende há muito tempo estas medidas que Miguel Albuquerque está a apresentar agora. O PS já executa estas medidas onde é poder. Essa é que é a grande diferença», afirmou, frisando que, «onde nós somos poder autárquico, demonstrámos claramente que somos diferentes e conseguimos fazer com pouco e sem qualquer apoio do Governo Regional».
O líder dos socialistas madeirenses destacou ainda importância desta convenção autárquica, a qual teve uma vertente formativa. «Não tenho dúvidas nenhumas de que, a partir deste fim de semana, todos e todas vocês estão mais bem preparados, não só tecnicamente, mas também em relação ao que é o ADN socialista», declarou.