InícioAtualidade“Uma nova agenda política para a juventude”

“Uma nova agenda política para a juventude”

Os jovens são fundamentais na construção das sociedades democráticas, foram eles, aliás, que, com o poder da irreverência, da rebeldia e do sonho, derrubaram regimes ditatoriais, barreiras culturais, quebraram tabus caducos, ousaram sempre, agora como ontem, rasgando caminhos e construindo as pontes que inauguravam novos futuros plurais, desempenhando um papel insubstituível na edificação de novos modelos de desenvolvimento, onde a qualidade de vida das pessoas e sua realização e felicidade estejam em primeiro lugar.

Ora, na Madeira, os sucessivos governos do PSD nunca foram capazes de implementar políticas de juventude assentes numa visão estratégica de sustentabilidade a vários níveis, incluindo a questão autonómica, preferiram as medidas avulso, desarticuladas, por vezes, ao serviço de objetivos meramente político-partidários. Os resultados estão à vista. Possuímos um dos mais elevados índices de desemprego jovem, a maior taxa de abandono escolar precoce, a maior prevalência de obesidade infantil no país e a inexistência de uma política de arrendamento jovem, fulcral para a sustentabilidade demográfica de qualquer modelo de desenvolvimento.

Entre 2001 a 2016, porque nada foi feito para inverter do défice da natalidade e a emigração, a Madeira perdeu cerca de 20 mil jovens entre os 15 e os 29 anos, passando esta faixa demográfica a representar apenas 19% da população em geral.

A maioria dos desempregados inscritos no Instituto de Emprego da Madeira não possuem qualificações profissionais, técnicas nem académicas para responderem a muitas das ofertas de emprego existentes, pois, entre outras situações, segundo os dados, 4000 dos desempregados inscritos possuem apenas o 1.º ciclo e 8000 o 2.º ciclo.

Os governos do PSD limitaram-se a assistir ao agravamento da situação e, em vez de alterarem as estratégias e as políticas, optaram sempre pela cramação e o alijamento das suas próprias responsabilidades, insistindo na teimosia do seu esgotado e depauperado modelo de desenvolvimento, a leste de qualquer futuro possível.

A Madeira precisa de uma nova agenda política para a juventude, que contemple as diferentes áreas, assente no empreendedorismo, na inovação, na criatividade e na capacidade de participação dos jovens, em que a transversalidade das propostas específicas de cada um dos setores de governação inclua uma perspetiva multissetorial, global e integradora. Essa é a nova meta e o novo Futuro.

Por Rui Caetano, Coordenador do PS-M para a Educação, publicado no Diário de Notícias da Madeira, no dia 19 de Janeiro.