A presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) considera que “ultrapassar o problema da desigualdade salarial entre mulheres e homens é uma urgência”.
Carla Tavares, que esta tarde participou na iniciativa ‘Conversas Sem Tabu’, promovida pelas Mulheres Socialistas da Madeira, subordinada ao tema ‘Combate à Pobreza e Desigualdade Salarial’, afirmou que são as mulheres que, neste momento e desde há algum tempo, têm a maior taxa de risco de pobreza, em parte devido à desigualdade salarial. Isto apesar de, sucessivamente, terem vindo a ser implementadas medidas com o objetivo de combater este problema, como por exemplo a Lei da Igualdade Salarial, que entrou em vigor em 2019.
A presidente da CITE adiantou que há várias causas que contribuem para esta diferença, uma das quais o facto de as mulheres dedicarem mais tempo ao trabalho não remunerado – cuidados familiares e cuidados com a casa – do que os homens. “Tudo isso são tarefas que continuam essencialmente a ser desempenhadas pelas mulheres e que fazem com que muitas vezes, e por força disso, elas fiquem com menos tempo disponível para o trabalho pago”, explicou.
Para além disso, Carla Tavares disse que a questão da maternidade é também um fator determinante para as desigualdades salariais que existem e para a própria discriminação no mercado de trabalho, o que “significa que ainda há muito caminho a fazer”. Um caminho que, disse ainda, tem de ser feito de forma paulatina e persistente.
Governo Regional sem vontade política para baixar impostos
Por seu turno, a presidente das Mulheres Socialistas da Madeira acusou o Governo Regional de falta de vontade política para melhorar a vida das pessoas, ao recusar-se a baixar os impostos. Mafalda Gonçalves lamentou que, ao fim de 45 anos de governação do PSD, a Madeira continue a apresentar uma elevada taxa de desemprego, acima da média nacional, e mais de 80 mil pessoas em risco de pobreza. “Continuamos a insistir que o Governo Regional tem nas suas mãos a capacidade de reduzir os impostos, nomeadamente no que diz respeito ao IVA. Não se compreende que não haja essa vontade política de melhorar a vida das pessoas”, disse, exemplificando que um açoriano paga IVA a 16% na taxa máxima e um madeirense paga 22%.
“É mesmo um caso de falta de vontade política pois, em sede de ALRAM, a anterior secretária regional da Inclusão, Augusta Aguiar, afirmou que não era preciso aumentar o ordenado das pessoas porque elas depois podiam pedir apoios”, afirmou a presidente das Mulheres Socialistas da Madeira, esclarecendo não se rever nesta “política de mão estendida que se perpetua há mais de 40 anos e que faz com que sejamos a Região com a mais alta taxa de pobreza do país”.
De referir que a iniciativa contou ainda com a participação de Madalena Nunes, deputada à Assembleia Municipal do Funchal, e Dorisa Aguiar, membro da Assembleia de Freguesia de São Jorge.