O Grupo Parlamentar do Partido Socialista recomenda ao Governo Regional que adote um projeto ecológico e sustentável para o campo de golfe da Ponta do Pargo, tendo em consideração a minimização dos impactos ambientais e sociais na população local, principalmente no que concerne ao consumo de água.
Através de um projeto de resolução que deu entrada no Parlamento, os socialistas chamam a atenção para o facto de os campos de golfe e as infraestruturas que lhes estão associadas concretizarem, muitas vezes, ameaças como a utilização excessiva de recursos naturais (nomeadamente hídricos), a perturbação de espécies, o favorecimento de espécies dominantes, a alteração de habitats, da hidrologia do solo e da disponibilidade de nutrientes.
Como tal, a deputada Sofia Canha considera ser fundamental que, desde a conceção inicial do projeto, se procure “rigor e objetividade na identificação dos impactos e na definição dos custos e dos benefícios, evitando-se a tentação de desvalorizar o valor do património existente”. Entende igualmente a parlamentar socialista que é necessário considerar os impactos nas comunidades locais, garantindo que o projeto respeite os hábitos e os costumes das populações locais e que não as perturbe, subtraindo-lhes recursos.
A deputada sublinha que é importante encontrar uma forma de compatibilização entre esta infraestrutura desportiva e o meio ambiente em que se insere. “É consensual que os melhores campos de golfe são aqueles em que o projetista, em vez de se impor à paisagem, reconhece os seus atributos e nela desenvolve o campo de golfe, beneficiando das suas potencialidades, enquadramento e mais-valia natural”, refere Sofia Canha, acrescentando que este tipo de medidas tem vantagens, não só a nível da construção, como na manutenção do próprio campo, pela diminuição das áreas a manter, das áreas de rega intensa e de aplicação de fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos. “A relação entre o campo de golfe e a natureza é de interdependência mútua”, frisa.
Neste sentido, o PS-M recomenda ao Governo Regional que implemente as normas para o planeamento, projeto, obra e exploração do campo de golfe da Ponta do Pargo, numa perspetiva de sustentabilidade ambiental, segundo as recomendações feitas pela Agência Portuguesa do Ambiente e de acordo com o desenho de adaptação climática e engenharia natural, tendo em consideração a minimização dos impactos ambientais e sociais na população local.