Sérgio Gonçalves comprometeu-se, hoje, com a baixa de impostos na Região assim que o PS for Governo e desafiou os madeirenses a concretizarem a mudança no próximo dia 24, para fazer com que Miguel Albuquerque saia do Executivo.
Num jantar-comício na freguesia dos Prazeres, o cabeça de lista do PS às eleições legislativas regionais lançou duras críticas ao ainda presidente do Governo por se recusar a baixar o IVA num momento em que as pessoas sentem grandes dificuldades decorrentes do aumento do custo de vida. “Todos nós sentimos isso quando vamos ao supermercado e à bomba de gasolina, mas Miguel Albuquerque diz a todos os madeirenses que, enquanto for presidente do Governo Regional não baixa o IVA, e é por isso que nós temos de mudar a Madeira e fazer com que Miguel Albuquerque se vá embora do Governo Regional”, afirmou. Conforme explicou, se o IVA baixar de 22% para 16%, ao fim de um ano isso representará um mês de poupança nas despesas, o que “faz uma grande diferença nos orçamentos das famílias”.
A descida do IRS foi outra das garantias deixadas pelo candidato do PS à presidência do Governo Regional, que não aceita que os madeirenses continuem a pagar mais do que os açorianos em cinco dos nove escalões. Sérgio Gonçalves deu um exemplo muito concreto, explicando que no quinto escalão estão pessoas que ganham 1.500 euros mensais brutos. “Não são propriamente pessoas ricas, que vivam muito à vontade, sobretudo se tiverem a casa por pagar e filhos para pôr na escola”, referiu, acrescentando que neste escalão pode ser operada uma redução de 15%, o que significa que, ao fim de um ano, estas pessoas “terão quase mais 2000 euros do que têm hoje em dia”. “Isso é algo que será uma realidade com o Partido Socialista”, reforçou.
A um outro nível, o líder e candidato socialista adiantou que o Governo Regional do PS vai repor o subsídio de insularidade de 2% para todos os funcionários públicos, vai aumentar o complemento regional para idosos para 100 euros mensais, vai tornar a escolaridade obrigatória gratuita, fazendo com que os alunos até ao 12.º ano não tenham de pagar manuais, transportes e alimentação, e vai atribuir um complemento ao alojamento de até 200 euros mensais para apoiar os estudantes universitários deslocados.
Sérgio Gonçalves acusou o Governo Regional de ter esquecido completamente a área da habitação, dando conta das dificuldades sentidas pelos jovens para comprar casa e do facto de a classe média estar completamente estrangulada com o aumento das taxas de juro. Disse que se não fossem as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, o Governo não teria qualquer estratégia para o setor, nem tinha construído nova habitação e apontou baterias a Miguel Albuquerque por ter as prioridades invertidas e querer “desterrar 150 milhões de euros, atirando-os ao mar para prolongar a Pontinha, quando poderia construir mais 800 ou 900 casas”.
No campo da Saúde, adiantou que existem atualmente mais de 118 mil atos médicos em lista de espera, o dobro dos existentes em 2015. Como denunciou, quando Albuquerque chegou ao Governo prometeu que ia acabar com as listas de espera em quatro anos, mas não só não o fez, como, ao fim de dois mandatos, as mesmas duplicaram. Garantiu, por isso, que o PS irá implementar tempos máximos de resposta garantidos, para que as pessoas vejam o seu problema resolvido dentro dos prazos clinicamente recomendados.
Na Calheta, concelho com um significado especial e onde tem raízes familiares, Sérgio Gonçalves assegurou que com o Governo do PS haverá uma valorização dos rendimentos dos madeirenses, melhor saúde e mais habitação. Não esqueceu também a expressão que a agricultura assume no território e o facto de os agricultores madeirenses serem os mais mal pagos do País, apontando medidas para valorizar os rendimentos de quem trabalha a terra. Condenando os preços “verdadeiramente vergonhosos” que são pagos aos bananicultores e aos produtores de cana, assumiu o compromisso de aumentar em 25 cêntimos o preço pago pela banana em todas as categorias. Disse ainda que o Executivo por si liderado irá voltar a permitir o pastoreio ordenado nas serras da Madeira.
Apelou, por isso, a que os madeirenses depositem a sua confiança no PS, pois “é a única alternativa que pode mudar a Madeira”.
Por seu turno, Sofia Canha, candidata pela Calheta, considerou ser o momento de “romper com 47 anos do mesmo poder”, elogiando a competência e o sentido de compromisso de Sérgio Gonçalves, o próximo presidente do Governo Regional.