Sérgio Gonçalves assegurou hoje que o Partido Socialista é a única alternativa de governação na Madeira e comprometeu-se a trabalhar com dois grandes objetivos: o desenvolvimento da Região e a melhoria das condições de vida de todos os madeirenses e porto-santenses.
No palco da festa de verão do PS, que levou muitos milhares de pessoas à Madalena do Mar, o presidente do PS Madeira fez um discurso de esperança, voltado para o futuro e marcado pela competência e pela responsabilidade. Sérgio Gonçalves criticou a incapacidade do Governo do PSD e do CDS para resolver os problemas dos madeirenses, mas assegurou que “o Governo do PS Madeira não falhará”.
Fortemente aplaudido, o responsável adiantou que o PS quer responder às preocupações do povo da Madeira. “Queremos afirmar uma alternativa séria, credível, na qual os madeirenses se revejam e se sintam representados. Estou hoje aqui a dar a cara por um projeto político que é a única alternativa possível de governação para a Madeira, que assegure uma mudança política na Região, uma mudança responsável”, sustentou. Sérgio Gonçalves preconizou uma Madeira com mais igualdade, mais oportunidades, mais transparência, mais emprego, com um menor custo de vida, com uma Saúde e Educação melhores, com melhor mobilidade, com aumento e valorização da produção regional e redução da dependência do exterior. Tudo isto por oposição às políticas gastas do PSD que levaram a Madeira a tornar-se a região mais pobre e com a mais alta taxa de desemprego do País.
“Nós sabemos o futuro que queremos construir e sabemos que só com o PS o poderemos construir”, referiu o líder socialista, garantindo que o PS irá apresentar um programa inovador, com engenho e com soluções. “Sabemos bem qual é a nossa responsabilidade. Só há uma alternativa de governação na Madeira, o PS. Em todas estas matérias, o Governo do PS Madeira não falhará”, sublinhou, apontando o objetivo de “acabar com o regime da cunha e da subsidiodependência”. “Queremos acabar com um regime caduco onde as clientelas prosperam, mas o cidadão comum, o madeirense, desespera”, disse.
Sérgio Gonçalves foi fortemente crítico em relação ao Executivo madeirense, dizendo que Miguel Albuquerque não governa a Região e que nos “condena ao empobrecimento, ao retrocesso e ao atraso no desenvolvimento”. “Como é possível que, passados dois anos de uma pandemia e da maior crise que passamos ao longo do último século, as únicas soluções que tem para apresentar aos madeirenses sejam esbanjar milhões em betão para prolongar a pontinha e o para ligar o Funchal por um túnel de uma ponta a outra?”, questionou. Na ótica do presidente do PS, usar os recursos da Região para estas obras megalómanas e de necessidade discutível “é de loucos, não faz qualquer sentido e é um desastre em termos financeiros”. “Não contem com o PS Madeira, não contem comigo para enveredar por esse caminho. Queremos terminar com as clientelas, com os que dependem e sobrevivem à conta do regime”, frisou.
Sérgio Gonçalves apontou também baterias ao Executivo por se recusar a aplicar o diferencial fiscal de 30 por cento em relação a continente, algo que está consagrado no Estatuto Político-Administrativo e na Lei de Finanças das Regiões Autónomas e que só não acontece por pura teimosia de Miguel Albuquerque. “Podemos baixar o IVA para 4, 9 e 16 por cento como nos Açores, mas isso não é uma realidade por culpa do Governo Regional”, esclareceu Sérgio Gonçalves sublinhando que “quem está preparado para esbanjar 200 milhões no molhe da Pontinha pode reduzir os impostos e melhorar as condições de vida de todos os madeirenses e porto-santenses”.
A habitação é outro dos problemas identificados e que constituirá uma prioridade de um Governo Regional do PS. Conforme apontou Sérgio Gonçalves, há cinco mil famílias com carências habitacionais e 26% da população depende de habitação social, sendo que os 136 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência apenas irão colmatar 30% das carências identificadas. “O PSD ignorou os alertas do PS e ignorou as necessidades da população”, referiu, revelando que a única habitação social de raiz que foi construída na Região nos últimos anos foi feita pelos executivos do PS no Funchal.
As crescentes listas de espera na Saúde foram outra das questões focadas pelo líder do PS, que lembrou que em 2015 Miguel Albuquerque prometeu resolver o problema, mas, passados sete anos, os números duplicaram, havendo atualmente quase 120 mil atos médicos em espera. “Esta situação é absolutamente inaceitável, por mais que o Governo Regional tente passar uma imagem contrária”, disse.
Por outro lado, Sérgio Gonçalves prometeu defender a Autonomia, considerando que esta deve servir para melhorar a vida de todos os madeirenses e não deve ser usada como uma forma de “gritar contra Lisboa”.
Lançou ainda farpas aos dirigentes do PSD, que disse serem “iluminados por uma cor laranja, que continua a fazer-nos seguir num caminho a preto e branco”. Tal como constatou, este PSD Madeira, agora ajudado pelo CDS, não apresentou uma única ideia de futuro para a Madeira e a única coisa que faz é criticar o PS Madeira, “porque sabe que temos propostas, ideias, soluções e uma visão de futuro e temos pessoas competentes para concretizar a mudança e para governar a Madeira”.
Sérgio Gonçalves adiantou ainda que o PS irá promover a primeira convenção dos Estados Gerais no próximo dia 17 de setembro, para ouvir a sociedade civil sobre as áreas da Economia e da Saúde.