O presidente do PS-Madeira reiterou hoje a sua discordância em relação à intenção manifestada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de reduzir o contingente de acesso ao Ensino Superior destinado aos estudantes das Regiões Autónomas.
Na intervenção que fez na reunião da Comissão Nacional do PS, que decorreu em Coimbra, Sérgio Gonçalves deixou bem claro que o PS-Madeira não concorda com a redução do contingente de 3,5% para 2% e defendeu que a medida seja reavaliada e não vá em frente, de modo a não prejudicar os alunos madeirenses.
“Uma das razões que esteve subjacente à criação deste contingente era permitir esbater o atraso estrutural das Regiões Autónomas relativamente ao restante território nacional, e isso ainda não foi cumprido”, disse, dando conta que esse atraso ainda persiste, devido às políticas erradas do Governo Regional. “Não será com uma redução do contingente que este problema se resolverá, muito pelo contrário”, referiu, frisando que o PS-Madeira está absolutamente contra esta medida e pretende que o contingente se mantenha inalterado.
Albuquerque desafiado a entregar questionário aos membros do Governo Regional
À margem da reunião, o presidente do PS-Madeira reagiu às declarações do presidente do Governo Regional, que classificou de “anedota” e “palhaçada” o mecanismo de escrutínio proposto pelo primeiro-ministro, que consiste num questionário prévio a ser preenchido por convidados a integrar o Executivo.
Na ótica de Sérgio Gonçalves, as declarações e a atitude de Miguel Albuquerque são reveladoras de quem não quer ser escrutinado.
Fortemente crítico, o líder do PS-M aponta o facto de na Madeira não existir escrutínio e, mais do que isso, não haver nenhum assumir de responsabilidades sempre que surge algum caso menos claro.
Conforme adiantou, enquanto que ao nível nacional esse escrutínio e essa assunção de responsabilidades acabam por existir e resultam em demissões de determinados cargos, “na Madeira nada disto acontece e o presidente do Governo não quer ser escrutinado nem quer estar sujeito a assumir quaisquer responsabilidades”. Tal como afirmou, têm sido vários os casos que têm surgido na Região, mas “nunca há consequências políticas”.
Sérgio Gonçalves desafia, por isso, Miguel Albuquerque a “entregar este questionário aos membros do seu Governo Regional e ver quantos cumpririam com as condições para, efetivamente, continuarem em funções no Executivo”.