Foi ontem noticiado que o médico Mário Pereira irá renunciar, hoje, ao cargo de Diretor Clínico.
O PS Madeira sempre defendeu que o mesmo não deveria ter tomado posse, dada a oposição da maioria dos diretores de serviço e coordenadores de unidade hospitalar do SESARAM. O Diretor Clínico é um cargo técnico de enorme responsabilidade pessoal, onde é necessário a validação e concordância dos seus pares. Assistimos a uma verdadeira peça de teatro, uma farsa que ainda não tem um epílogo, e que continuará a desestabilizar o Serviço Regional de Saúde.
Durante três semanas vivemos uma situação inédita no País, onde tivemos a renúncia da maioria dos diretores de serviço do hospital, que levou à intervenção do Bastonário da Ordem dos Médicos.
O Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, tem a total responsabilidade por toda esta situação. Achincalhou a classe médica, incitou às demissões dos dirigentes e revelou não estar minimamente preocupado com as consequências dos seus atos.
No entanto, como foi já hoje noticiado num órgão de comunicação social regional, o doutor Mário Pereira abandona o cargo de diretor clínico, mas em contrapartida assume a presidência da Comissão de Acompanhamento do Novo Hospital. Numa artimanha que visa satisfazer os egos da coligação PSD e CDS e que prova que a este governo não interessa resolver problemas, mas sim encontrar lugares para todos os seus “homens de mão”.
O Grupo Parlamentar do PS-M considera que a saída de Mário Pereira tem de ser consequente, e o Secretário Regional da Saúde tem de tirar consequências. É o principal derrotado com toda esta situação, e não tem condições de continuar à frente da tutela.
Esperamos igualmente que toda esta instabilidade na Direção Clínica não tenha consequências no serviço prestado pelo SESARAM, em particular numa fase em que teremos de lidar com o desafio de possíveis contágios do COVID-19.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS Madeira
José Miguel Iglésias