Sara Cerdas alertou a Comissão Europeia para a importância de salvaguardar as especificidades das regiões ultraperiféricas, como a Madeira e os Açores, na definição da nova Taxonomia europeia – isto é, a consolidação de uma classificação comum para atividades económicas sustentáveis – a fim de evitar que estas regiões sejam prejudicadas por motivos geográficos e estruturais.
“A importância da Taxonomia da UE não pode ser desvalorizada na promoção de investimentos para projetos sustentáveis e verdes, mas alguns projetos de descarbonização já existentes localizados nas Regiões Ultraperiféricas não são atualmente considerados como sustentáveis sob a Taxonomia, devido a razões geográficas e estruturais. Dado que as empresas nestas regiões já enfrentam vários desafios ligados com a sua orografia e clima específicos, a Taxonomia europeia terá de ter em consideração estas particularidades na qualificação dos investimentos, sob o risco de se criarem novos constrangimentos.”
A eurodeputada do PS questionou a Comissão Europeia se poderão existir impactos negativos de se limitar o financiamento da transição energética nestas regiões, onde investimentos privados são já limitados, bem como se o atual quadro da Taxonomia poderá limitar a disponibilização destes investimentos sustentáveis e atrasar a transição energética destes territórios.
Para cumprir as metas climáticas e energéticas da União Europeia para 2030 e alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, com vista à neutralidade carbónica em 2050, serão envidados esforços para investimentos em projetos e atividades sustentáveis. Nesse sentido, a União Europeia irá definir uma linguagem comum e uma definição clara do que é “sustentável”, assim como um plano de ação para financiar o crescimento sustentável. Esta regulamentação do mercado terá um papel primordial na alocação de fundos da UE no futuro, direcionando-os a investimentos mais sustentáveis.