Em causa está o início de uma investigação de fraude e corrupção, pela Procuradoria Europeia, ao 3º contrato estabelecido entre a Comissão Europeia e a Pfizer para a aquisição de vacinas contra a COVID-19.
A eurodeputada do PS, Sara Cerdas, lamenta a falta de transparência no uso de dinheiros públicos e a ausência do CEO da Pfizer, Albert Bourla, na audição do Parlamento Europeu na Comissão Especial sobre a COVI. “A Pfizer lucrou imensamente com a pandemia. A ausência injustificada do CEO da Pfizer no Parlamento foi, por si só, um mau sinal. As recentes descobertas colocam em causa todo um processo que se impõe transparente, mas coloca também o ônus sobre a Comissão Europeia, ao ser cúmplice num processo que não segue as regras procedimentais. Como é evidente, alguém tem de ser responsabilizado.”
No passado mês foi publicado um relatório pelo Tribunal de Contas Europeu a alertar para a falta de documentos no procedimento normal de negociação para o 3º contrato de aquisição de vacinas contra a COVID com a Pfizer. Foi ainda descoberta a troca de SMS entre a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o CEO da Pfizer, Albert Bourla, sobre os contratos, à margem do que habitualmente ocorre entre as equipas de negociação conjunta.
Sara Cerdas, médica em saúde pública, contestou e solicitou esclarecimentos quanto ao aumento de 4€, ou seja, de 15,50€ para 19,50€, por unidade de vacinas, neste último contrato da Pfizer. A audição, em sede de Comissão Especial COVID, acabou por ocorrer apenas com Janine Small, Presidente dos Mercados Internacionais da Pfizer, em substituição do CEO, que optou por não esclarecer algumas das questões colocadas.
Nas próximas semanas, os coordenadores dos grupos políticos irão tomar uma posição no sentido de exigir mais transparência por parte da Pfizer e da Comissão Europeia. Sara Cerdas é coordenadora do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) da Comissão Especial sobre a COVID: ensinamentos retirados e recomendações para o futuro.
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